Crescimento e energia renovável
May
13 2008
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- Posted by: Ass. Imprensa
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[13/05/2008]
O aumento do consumo das famílias e o incremento dos investimentos públicos e privados devem seguir impulsionando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país a uma taxa entre 5% e 5,5% até 2011.O consumo de energia deverá acompanhar essa tendência, já neste ano, a 5,1%, segundo projeção do Plano Decenal de Expansão de Energia, divulgado no mês passado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). As previsões da empresa indicam a mesma taxa de evolução média do consumo de energia para os próximos dez anos.A matriz energética brasileira atende aos requisitos do Protocolo de Kyoto, acordo internacional assinado por dezenas de países, com objetivo de reduzir as emissões de carbono na atmosfera para conter o aquecimento global. Praticamente metade da energia produzida no país é renovável, por conta das usinas hidrelétricas e do uso do etanol como combustível. Em segundo lugar estão os derivados do petróleo, como gasolina, óleo diesel, GLP e querosene.A participação das fontes de energia renováveis, que já era a maior do mundo, aumentou de 44,9% para 46,4%, entre 2006 e 2007, conforme dados do Balanço Energético Nacional, divulgado pela EPE neste mês. É uma condição invejável, visto que a média mundial em 2005 era de apenas 12,7%.Mas, apesar da situação aparentemente confortável do Brasil na questão energética, com investimentos previstos de R$ 101 bilhões entre 2008 e 2011, é preciso ousadia ilimitada para enfrentar os problemas de sustentabilidade do planeta. Neste momento, por exemplo, ou se pensa em racionalização do uso de energia ou no desenvolvimento de projetos de energia alternativa.Dentre as várias opções, a energia eólica é a mais interessante. Empregada cada vez mais em países no mundo – cerca de 50 países, como Dinamarca, Bélgica e Espanha, utilizam o sistema com sucesso -, a energia dos ventos é uma fonte abundante, renovável, limpa e amplamente disponível em grande parte do território brasileiro. A primeira turbina de geração de energia eólica do Brasil foi instalada em 1995, em Olinda (PE), pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com apoio do governo do Estado. Com potência de 300 kW, a turbina funciona até hoje e é usada para formação de pessoal, treinamento, pesquisa e demonstração da tecnologia.O Rio Grande do Sul, a propósito, é um dos Estados com maior potencial eólico. Em 2002, o governo do Estado mapeou as regiões mais promissoras. Um projeto pioneiro já produz 150 MW em Osório, com 75 torres localizadas à beira da Lagoa dos Barros. Entretanto, o potencial de geração do Estado é estimado em 15.000 MW. Há expectativa de ampliação deste projeto, mas também de instalação de novos em municípios como Santana do Livramento, Jaguarão e Piratini.Mas para desenvolver este segmento no Brasil é preciso criar condições mínimas que garantam investimentos e bons preços aos usuários. No âmbito federal, já existe o Proinfa, um programa destinado à energia eólica e de biomassa. Os passos fundamentais são a elaboração de um marco regulatório nacional e a realização de leilões regulares e específicos para este tipo de energia. Dessa forma, o país irá atrair investidores internacionais interessados na fabricação de componentes e peças no Brasil, estimular a expansão do sistema e, com isso, torná-lo economicamente viável.* Deputado federal, vice-líder do governo na Câmara dos Deputados