Finalmente a duplicação da BR/101

Jun 01 2000
(0) Comments

[01/06/2000]

Depois de muitos anos de conversa e promessas, finalmente, foi realizada a audiência pública para a duplicação da BR-101/trecho Osório(RS) – Palhoça(SC). Foi preciso o sofrimento humano das vítimas do intenso trânsito nesta BR (cerca de 20 mil veículos/dia), para que fossem tomadas as primeiras medidas desde o término da rodovia, em 1971. Apenas no ano passado, o trecho sul registrou 1.726 acidentes, com 114 mortes e 1.376 feridos.

A audiência pública foi o passo inicial do processo de licitação para a duplicação da BR/101. Um empreendimento de vulto como este, estimado em aproximadamente US$ 1,1 bilhão, precisa de transparência em todas as fases de sua execução.

Serão quatro lotes só no trecho localizado no Rio Grande do Sul, com obras de duplicação, restauração e obras de arte especiais. Os recursos tem origem em financiamentos do BID/JBIC.

É incontestável a importância desta complexa obra de engenharia, abrangendo uma extensão de 342,5 quilômetros. Ganha a economia da nossa região, a segurança dos usuários e da população localizada às margens da rodovia, e, sobretudo, reduzem-se os custos de transporte da nossa produção.

Sempre é bom lembrar que o estado vem fazendo a sua parte ao estar construindo o trecho desta rodovia entre Osório – Capivari, que vai dinamizar o transporte em relação ao litoral Norte/Sul, além de já ter concluído o famoso caso da estrada do inferno, entre Mostardas e Tavares.Mas nem tudo são boas notícias. Infelizmente, dentro da política emanada pelo Governo Federal de privatizar as principais rodovias do Brasil, foram desenvolvidos estudos de que é viável a concessão da BR/101 à iniciativa privada, após a sua duplicação e modernização. Tal proposição é inaceitável. Todos sabemos que o Rio Grande do Sul não suporta mais pedágios. Já pesam demais os pedágios implantados pelo governo Britto e pelo governo FHC, em especial o trecho Camaquã – Pelotas e Rio Grande – Pelotas, da BR/116, onde, recentemente, foram instaladas cinco praças de cobrança, onerando ainda mais os usuários e as cargas destinadas ao Porto de Rio Grande.

De novo a velha história neoliberal: o estado investe e constrói com o dinheiro do povo e depois dá de presente o patrimônio público para grupos privados que irão explorar a via com pedágios.

Por fim, espero que os passos iniciais dados no último dia dez, inaugurando as atividades do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), não sofram solução de continuidade e que a BR/101 possa estar em obras, entre Osório e Palhoça, no começo de 2003, vencidos a partir de agora os prazos licitatórios.