Metas para garantir a vida
- Posted by: Ass. Imprensa
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[19/09/2009]
O aumento da frota de veículos do Brasil – que dobrou em 10 anos – exige uma ação enérgica para estancar as tragédias no trânsito. São 55,9 milhões de carros circulando no país, com mais de 35 mil mortes anuais. Os números impressionam. Por isso que precisamos de indicadores mensais detalhados de vítimas em cada Estado e no país para definir medidas a serem adotadas.
Não há momento mais adequado para abrir os olhos do que o atual, a Semana Nacional do Trânsito – de 18 a 23 de setembro. Quantas mortes ainda estamos dispostos a tolerar em nosso trânsito?
Tivemos uma conquista importante em 2008 ao aprovarmos a lei que instituiu a tolerância zero ao consumo de bebida alcoólica por motoristas. Com ela, evitaram-se muitos acidentes, lesões e mortes por condutores embriagados. Formulada pela Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, a Lei 11.075/2008 é elogiada pelas organizações Pan-Americana de Saúde (Opas) e Mundial de Saúde (OMS), que a tomaram como modelo para o continente americano, seguindo uma tendência mundial.
O Brasil é um dos cinco países líderes em mortes no trânsito. São cem óbitos por dia. Em 60%, o responsável é o álcool. Isso explica o rigor da lei, que reforça a ilegalidade do ato de beber e dirigir.
A estatística de mortes e feridos somente será revertida quando a população rechaçar em seus grupos sociais aqueles que teimam em beber e dirigir. Precisamos mudar esta deformação de conduta.
Pensando nisso, apresentei o PL 5.525/2009 – Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito –, que estabelece a abordagem anual de 30% da frota de veículos brasileiros e seus respectivos condutores. Intensificando as abordagens, reduziremos estes índices.
Para enfrentar a combinação álcool e direção, devem ser realizadas abordagens preventivas e não somente quando há suspeita de alcoolemia. Assim, criaremos uma nova cultura, como ocorreu com o cinto de segurança. Todos precisamos ser alvos de abordagens, suspeitos ou não.
É hora de os governos investirem os recursos de multas de trânsito em campanhas educativas que ajudem a mudar as atitudes.
O primeiro passo foi dado, com êxito. Agora, é seguir avançando com balanços mensais das políticas adotadas a partir de estudos e estatísticas de acidentalidade e mortalidade. Com base nesses estudos mensuráveis, poderemos nos impor desafios para garantir o direito que é de todos – o de viver.*Deputado federal, presidente da Frente Parlamentar do Trânsito Seguro.
por Beto Albuquerque
Deputado federal, presidente da Frente Parlamentar do Trânsito Seguro
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