O direito de sonhar

Jan 21 2005
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[21/01/2005]

Sonhar não faz parte dos 30 direitos humanos proclamados pelas Nações Unidas em 1948. Mas se não fosse por causa do direito de sonhar e pela água que jorra dele, a maior parte dos direitos morreria de sede. O trecho de Convite ao Sonho, escrito pelo poeta Eduardo Galeano, simboliza o espírito do Fórum Social Mundial que, mais uma vez, reúne em Porto Alegre mais de uma centena de milhares de pessoas às margens do Guaíba.

O FSM possibilitará o intercâmbio e o debate sobre as grandes escolhas econômicas, sociais, culturais, científicas, tecnológicas e políticas às quais a humanidade está confrontada. Como em 2001, na primeira edição do FSM, gente dos quatro continentes está em Porto Alegre para afirmar que “um outro mundo é possível”.

De novo, reafirmamos que é intolerável viver sob a barbárie econômica, o apartheid social, o pensamento conservador, a negação das conquistas sociais, a concentração da riqueza. Mas, desta vez, temos novos desafios. Neste 2005, é hora de avançar na direção de propostas concretas capazes de nos aproximar do mundo que idealizamos.

Aliás, é por isso que todos viemos ao Fórum. Cada um de nós tem a sua contribuição a dar. Como disse o poeta, “quando é verdadeira, quando nasce da necessidade de dizer, a voz humana não encontra quem a detenha (…) se lhe negam a boca, ela fala pelas mãos, pelos olhos ou pelos poros (…) porque todos temos algo a dizer, alguma coisa, alguma palavra que merece ser celebrada ou perdoada”. Saudações socialistas.

Deputado Federal (PSB) | Vice-líder do Governo Lula