O nosso muro de Berlim
Mar
15 2008
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- Posted by: Ass. Imprensa
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[15/03/2008]
Por razões que não devem guardar qualquer lembrança, muito menos saudade, vimos, num passado recente, o Brasil erguer barreiras ao seu desenvolvimento e a sua vocação para a integração ao continente latino-americano. Nós, gaúchos, que escolhemos ser brasileiros, pagamos caro até hoje por isso. Falo da fixação de bitolas nos trilhos de trens diferentes das usadas pelos países vizinhos. Era o medo do ataque ou da invasão de argentinos ou uruguaios ao nosso território, produzido por uma paranóia que também justificou os longos períodos autoritários no continente.Mas persistem, ainda hoje, outros obstáculos à integração e ao crescimento. Refiro-me à manutenção da faixa de 150 km ao longo da fronteira brasileira. O limite impede, por exemplo, os investimentos cada vez mais urgentes e necessários à Metade Sul do Estado, justamente uma das regiões mais deprimidas economicamente do país.O desenvolvimento da fronteira sul gaúcha depende da revogação desta barreira. Por que manter hoje uma política que sequer no passado se justificou? São 150 quilômetros que afastam empreendimentos tão reclamados pela brava gente fronteiriça, que até hoje paga o preço de medidas como essa.Não podemos concordar com a fixação de nenhuma faixa limite. É hora de liberar nossas áreas de fronteiras para investimentos, sob um sistema permanente de zoneamento e planejamento nacional. Se a empresa estiver organizada sob a leis brasileiras, não importa a origem do seu capital. Isso já acontece no país em relação a investimentos realizados nas demais áreas. Falta permitir o mesmo a empreendimentos localizados nas regiões de fronteira. As diferentes bitolas dos trilhos e a faixa de fronteira são o nosso muro de Berlim.
Deputado federal, vice-líder do governo na Câmara dos Deputados