Desde meu primeiro mandato na Assembléia Legislativa, tive consciência da necessidade da criação de uma universidade estadual gratuita no Rio Grande do Sul. A maioria dos jovens estão sendo impedidos de cursar o 3º grau pela falta de condições econômicas, não podendo buscar uma melhor qualificação para enfrentar as exigências da globalização da economia. Constatei que o Rio Grande do Sul é o único Estado de relevância econômica e política que não possui ensino superior Estadual gratuito. Este já existe em 18 Estados da Federação, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Com o firme propósito de amenizar a situação dos estudantes carentes, apresentei um projeto de lei à Mesa da Assembléia, propondo a criação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). Em 1991, solicitei a formação de uma subcomissão para tratar especificamente do assunto. Visitamos diversos Estados, promovemos seminários e lançamentos a campanha Uma assinatura de compromisso com o futuro do Rio Grande do Sul.
Apresentamos o projeto ao governador anterior, com a convicção de que a Uergs garantirá 40 mil vagas no RS. Avaliamos todas as possibilidades e chegamos a conclusão de que a Uergs será estruturada mediante o aproveitamento, por incorporação opcional, de sete universidades comunitárias existentes e localizadas em regiões desassistida de ensino público e gratuito de 3º grau.
As universidades comunitárias que se manifestaram dispostas a integrar a Uergs, inclusive comprometendo-se a transferir patrimônio ao Estado, respeitados os critérios, finalidades e objetivos da Uergs, são as seguintes: Universidade de Santa Cruz do Sul-Unisc, Universidade da Região da Campanha – Urcamp, Universidade de Caxias do Sul-UCS, Universidade de Cruz Alta – Unicruz, Universidade Regional do Noroeste do Estado-Unijuí, Universidade de Passo Fundo-UPF e Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões-URI. E mais: de acordo com a Constituição estadual, o Rio Grande do Sul deve investir, pelo menos 35% do seu orçamento em Educação. Destes recursos, somente 3% serão destinados à Uergs. Com uma administração competente, da parcela destinada à educação, o Estado terá condições de garantir qualidade ao ensino básico, política salarial justa ao magistério e implantar o ensino superior gratuito. Com cerca de 30 mil assinaturas de eleitores gaúchos o projeto está tramitando na Assembléia Legislativa.
