A novidade do biocombustível

Jun 20 2006
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O Nacional – Passo FundoO Nacional – Passo Fundo, 20/6/2006
A novidade do biocombustível

* Beto Albuquerque

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará nesta terça-feira no Rio Grande do Sul para lançar a pedra fundamental no canteiro de obras da BSBios, a maior unidade de produção de biodiesel da América Latina. O presidente também irá formalizar em Passo Fundo o contrato de financiamento de R$ 24 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da BSBios, a única empresa da região Sul a receber o Selo Combustível Social, entre as dez incluídas no programa nacional. As operações estão previstas para começar em maio do próximo ano.

O novo programa de biocombustíveis é um marco histórico para a matriz energética brasileira pelos benefícios para a produção, o meio ambiente e a geração de emprego no campo. Com base em oleaginosas como mamona, canola, soja, girassol e pinhão manso, o biodiesel brasileiro será adicionado no limite de 5% no óleo diesel. A soja é um exemplo da dimensão deste projeto: a mistura consumirá 15% de toda a soja do país, o que elevará os preços e equilibrará o mercado, com repercussão já no próximo Plano Safra.

Atentos a essa nova tendência, empresários gaúchos desenvolveram o projeto da primeira planta industrial de biodiesel do Estado. O empreendimento, em fase de implantação, já conta com garantia de compra da produção pela Petrobrás. O pioneirismo de Passo Fundo decorre também da visão estratégica do então secretário de Desenvolvimento de Passo Fundo, Marcos Cittolin.

A fábrica produzirá 100 milhões de litros por ano de biodiesel e atenderá à demanda de 17% do mercado nacional em sua primeira fase, processando 300 toneladas de óleo de soja por dia. Tomando apenas o exemplo dessa oleaginosa, o combustível consumirá 1,2 milhão de toneladas – entre 400 mil e 420 mil hectares do produto.

Não há dúvida de que este é um avanço decisivo para o fortalecimento da base agroindustrial brasileira e para o incremento da sustentabilidade da matriz energética nacional, assegurando empregos e benefícios ambientais relevantes para o Estado e para o país.

(*) Deputado federal PSB, vice-líder do governo na Câmara