As diferenças ideológicas dos diversos movimentos, entidades, associações e federações ligados aos setores agrícolas, foram deixadas de lado, ontem, durante a reunião extraordinária da Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados, realizada em Passo Fundo. Mais de 500 pessoas estiveram unidas com o mesmo objetivo: cobrar ações concretas e imediatas dos governos, em relação à estiagem.
Estiveram presentes, representantes da Federação da Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul, Federasul (Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul), Federação dos Arrozeiros, Federação e Centro das Indústrias do Rio Grande do Sul, sindicatos de trabalhadores rurais, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, Via Campesina, Federação das Associações de Municípios do Estado, Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul, Movimento dos Pequenos Agricultores, Movimento das Mulheres Camponesas, entre outros.
A reunião foi acompanhada pelos senadores Pedro Simon (PMDB) e Flávio Arns (PT); deputado federal Francisco Turra (PP); pelo presidente da Comissão da Agricultura, deputado Ronaldo Caiado (PFL-GO); pelo vice-presidente, Luiz Carlos Heinze; deputados Odacir Zonta (PP-SC), Adão Pretto (PT), Augusto Nardes (PP), Beto Albuquerque (PSB), Francisco Appio (PP), Onyx Lorenzoni (PFL), Orlando Desconsi (PT), Pompeo de Mattos (PDT); secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein e o presidente da Emater, Caio Rocha.
O presidente da Comissão da Agricultura da Câmara, deputado Ronaldo Caiado, alertou que os danos provocados pela estiagem podem abalar a economia do país. Segundo a Fetag, os prejuízos chegam a R$ 6,3 bilhões, com mais de 10 milhões de toneladas de grãos perdidos. "Não aceitamos mais a omissão do governo, que ficou de reduzir taxas de juros no financiamento agrícola, mas tudo ficou só na promessa", disse Caiado.
Os parlamentares reunirão em documento os pedidos e sugestões ouvidos durante a audiência, que serão encaminhados à Presidência da República e aos ministérios do Desenvolvimento Agrário; da Integração Nacional; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e da Fazenda. Caiado prometeu que, além do documento, a reunião vai resultar em cobranças, por parte dos parlamentares, para que o governo atue rapidamente na solução do problema.
