O Globo, 05/05/2004 Aliados criticam proposta de Dirceu de desvincular mínimo da Previdência
Berzoini defende medidas mais eficientes para melhorar renda e emprego
BRASÍLIA. Os principais líderes petistas, ministros e aliados criticaram ontem a proposta de desvincular o salário-mínimo do pagamento dos benefícios da Previdência, defendida anteontem pelo chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Sem entrar no mérito da proposta de Dirceu, o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, defendeu alternativas mais eficientes para melhorar a renda do trabalhador e gerar empregos.
– Eu acredito que o Congresso, quando se decidiu pela vinculação, sabia que se tratava de um instrumento importante de proteção a aposentados, o que me parece adequado e consistente. A solução para o problema previdenciário passa pela retomada do crescimento econômico e principalmente pela revisão da estratégia de financiamento da seguridade social – disse Berzoini
O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), disse que a proposta de Dirceu, alvo ataques até mesmo dentro do PT, não está em pauta:
– Esse tema da desvinculação não está em debate na Câmara e eu não vou propor isso.
– Não transforme em proposta concreta o que é hipótese. Esse tema não está em debate na Câmara – afirmou o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP).
O vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), também reagiu:
– Não posso imaginar que o aposentado não seja digno, para o governo, de um salário-mínimo. O governo precisa parar com frases de efeito.
– Sempre foi tese do PT a não desvinculação do mínimo do piso da Previdência – disse o deputado Ricardo Zarattini (PT-SP).
Catia Seabra, Isabel Braga e Flávio Freire
Assessoria de Imprensa, 04/05/2004
É preciso dar salto do protesto à proposta, defende vice-líder do governo
Os 77 anos da Varig foram homenageados pela Câmara dos Deputados nesta terça-feira, em Brasília. Numa sessão solene de quase duas horas, o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB) recordou a história da companhia pioneira da aviação brasileira. A Varig é uma gigante da aviação internacional que cumpriu tarefa fundamental para a integração e o desenvolvimento do Brasil, afirmou.
Organizador da homenagem, Beto disse que a Varig cresceu, superou dificuldades e tornou-se uma referência mundial, com ocupação média de 60% no mercado doméstico e 75% nos vôos para 27 destinos em 18 países. Apesar disso, a empresa, assim como outras companhias brasileiras, enfrenta dificuldades, ressalvou.
Beto disse que o problema maior é estrutural, porque nunca houve uma política nacional para a aviação. Em momentos como este é preciso dar um salto do protesto à proposta. Não é hora de buscar culpados, mas sim de acreditar que esta etapa é passageira, afirmou. Segundo ele, é preciso definir um marco regulatório capaz de garantir concorrência saudável entre as empresas e serviços de qualidade e segurança, a preço justo, para os usuários. Ruben Berta, figura marcante na história da Varig, nos inspira com seu ímpeto, ousadia e visão estratégica a buscar tempos melhores para o setor e o nosso país, encerrou o vice-líder.
