AMBEV – Investimento previsto é de US$ 40 milhões
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Diário da Manhã – Passo Fundo, 21/02/2008
Implantação da maltaria em Passo Fundo ainda depende de um relatório técnico e também da aprovação de um financiamento por parte do Governo do Estado.
O diretor de Maltarias para a América Latina da AmBev, Alessandro Sperotto, disse ontem que uma equipe da empresa belga está em Passo Fundo fazendo o levantamento técnico para verificar se um terreno do município seria apto para a instalação de uma maltaria. A confirmação da vinda da empresa depende ainda de critérios técnicos e também da liberação de um financiamento por parte do governo do Estado. As negociações estariam sendo feitas direto entre Sperotto e a governadora Yeda Crusius. A administração municipal já destinou uma área para a instalação da empresa e garantiu uma série de incentivos fiscais e econômicos. Porém, a confirmação depende diretamente de uma decisão do governo.
O investimento total para a construção da planta industrial da AmBev está previsto em US$ 40 milhões, conforme informações do deputado federal Beto Albuquerque, que vem acompanhando as negociações. Ontem o prefeito Airton Dipp e o deputado estadual Luciano Azevedo estiveram reunidos com a governadora discutindo a importância da vinda da empresa à Passo Fundo. Após o encontro, Dipp esclareceu que a negociação entre a AmBev e uma empresa local ocorre há mais de um ano. “A decisão final deve sair nos próximos dias e com certeza será uma boa notícia para todos os passo-fundenses”, declarou Dipp, que não quis dar mais informações, para não prejudicar o prosseguimento das negociações.
A necessidade da construção de uma nova maltaria já vinha sendo discutida há quase cinco anos pela diretoria da AmBev. A empresa estudou a possibilidade de instalar a planta industrial no Uruguai, na cidade de São Paulo ou em Passo Fundo. Este último município seria escolhido pela logística e a alta produção de cevada. A região produz cerca de 45 mil hectares do grão. Todas as sementes são distribuídas pela AmBev, que também compra a produção. Conforme informações do agrônomo da Emater, Cláudio Dóro, a produção é hoje transportada para Lages e Porto Alegre, onde ficam as maltarias mais próximas. “O campo de produção está instalado na região, temos a maior empresa de armazenagem na cidade e por isso fica mais fácil instalar aqui a fábrica de malte e depois transportá-lo pronto para a fabricação de cerveja. A cidade também se beneficia com o entroncamento rodo-ferroviário”, disse Dóro.
Região tem pesquisa em cevada há 15 anos
Há pelo menos 15 anos são desenvolvidos, em Passo Fundo, projetos de cooperação na busca de cultivares adaptadas às condições climáticas da Região Sul e também de variedades mais adequadas para o setor cervejeiro. As pesquisas são desenvolvidas em parceria com a AmBev, Embrapa Trigo e Emater e faz parte do programa nacional de Melhoramento em Cevada. “Ele é o único programa do Brasil e é liderado pela Embrapa aqui de Passo Fundo. O foco é a qualidade. Trabalhos para que os cultivares tenham tolerância a doenças, um porte adequado e que seja adaptado ao manejo que o produtor pode ter na lavoura”, declarou o pesquisador João Leonardo Pires.
As pesquisas são realizadas em núcleos experimentais que há em Não-Me-Toque e Passo Fundo, e também em um município do Paraná. Conforme Pires, nesses locais é feita a separação do grãos que são aptos para a produção de malte. “É muito importante que haja uma germinação de 95% e também precisamos prestar atenção no tamanho do grão, que é o que valoriza a produção”, disse. As novas variedades e a tecnologia disponível são ideais para o cultivo na região Sul. Além disso, a vinda da AmBev vai incentivar os cultivares de inverno da região, que são muito menores das lavouras de verão. No verão, são cultivados em média 4 milhões de hectares de soja, enquanto que no inverno o cultivo mais importante, o trigo, tem menos de 800 mil hectares. “Essa diferença poderia ser ocupada pela cevada, trazendo mais uma possibilidade de crescimento para os produtores”, enfatizou Pires.