Apoio com cobranças
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Correio BrazilienseCorreio Braziliense, 22/8/2005
Apoio com cobranças
LETÍCIA SANDER
PSB elege neto sucessor de Miguel Arraes no comando do partido e reafirma presença no governo Lula, mas pede mudanças na economia
Maurício Corrêa em convenção do PSDB: PT fez “Estelionato eleitoral”
Eleito por unanimidade para suceder o avô e fundador do PSB Miguel Arraes na presidência do partido, o ex-ministro Eduardo Campos reafirmou ontem o apoio — embora crítico — da legenda ao governo Lula. Em dois dias de convenção, em que a crise política dominou os debates, integrantes do partido rechaçaram a possibilidade de impeachment do presidente, mas foram firmes ao expressar a insatisfação com a política econômica ditada pelo ministro da Fazenda, Antonio Palocci. “Não admitimos deixar o governo em um momento de crise. Mas queremos ver os fatos esclarecidos e mudanças “, afirmou Campos.
Do encontro resultou uma carta de duas páginas que deverá ser entregue ao presidente Lula nos próximos dias. No documento, o partido exige a apuração das denúncias de corrupção, bate forte nos rumos da economia, defendendo a redução imediata do superávit primário e dos juros, e deixa claro que a crise ainda não afastou o PSB de Lula. “Mantemos a nossa coerência ao reafirmar o apoio ao governo Lula e rechaçar a posição tendenciosa de impeachment. Mas há coisas que precisam mudar. Esse é um momento importante para sermos ouvidos”, ressaltou o vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), eleito ontem segundo vice-presidente da legenda.
Enquanto se escolhiam os nomes que irão comandar o partido na era pós-Arraes, Palocci se defendia, em entrevista coletiva, das acusações de corrupção em que foi envolvido. Os dirigentes do PSB foram cautelosos em avaliar a situação do ministro. “Se Palocci tiver contando uma mentira, o tempo vai dizer. Mas ouvi dizer que ele foi muito convincente”, disse o líder do PSB na Câmara, Renato Casagrande, que elogiou a decisão de Lula de manter Palocci no cargo. “Não dá para tirar ministro por uma denúncia que não foi comprovada. Não dá para se precipitar, senão daqui a pouco tem gente pedindo a queda de todo mundo”, disse Casagrande.
Além do clima de preocupação por conta da crise, a convenção do PSB foi marcada por homenagens a Arraes, morto no último dia 13, em Recife. Esteve presente no encontro grande parte da bancada federal do partido. O ministro Ciro Gomes foi eleito presidente para assuntos institucionais da legenda, mas não compareceu à convenção.
Os eleitos tomam posse em 18 de dezembro para um mandato de três anos. Campos, que assume a legenda prometendo trilhar o caminho do avô, é deputado federal no terceiro mandato. Nomeado ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, exerceu o cargo de janeiro de 2004 a julho deste ano. Saiu para reforçar a bancada do governo na Câmara.