Artigo – Rede gaúcha de tecnologia
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O Nacional – Passo Fundo, 03/01/2009
por Beto Albuquerque*
Recente anúncio do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) sobre a criação de 11 institutos nacionais de ciência e tecnologia em áreas estratégicas no Rio Grande do Sul reforça a idéia de que o desenvolvimento passa pela inovação tecnológica, com agregação de valor aos nossos produtos. O objetivo dos institutos é apoiar a instalação e o funcionamento de laboratórios em instituições de ensino e de pesquisa e empresas.
O ministério assume o papel de escolher as áreas estratégicas nas quais as universidades irão centrar esforços. No Rio Grande do Sul serão desenvolvidos projetos em áreas como saúde (Ufrgs e PUCRS), mar (Furg) e Antártica (Ufrgs). O governo Lula, por intermédio do MCT e da Financiadora de Estudos e Projetos, vem fazendo sua parte para que a tecnologia esteja a serviço da melhoria da qualidade de vida e voltada à inovação industrial.
Um dos maiores investimentos federais no RS nos últimos anos é o da conclusão da empresa pública, o Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada), que será inaugurada em Porto Alegre. O Ceitec disponibiliza para o mercado o serviço de desenvolvimento de chips de acordo com as necessidades específicas de cada cliente. Nos celulares, nos computadores, nos carros e nos eletrodomésticos a tecnologia dos microprocessadores está sempre presente. A empresa está tornando o Brasil mais competitivo na área de microeletrônica.
É hora de intensificarmos a relação com os programas de C&T e promovermos a articulação entre os governos estadual e federal, empresas, universidades privadas e públicas, financiadores e empresas líderes para o fortalecimento do Sistema Estadual de Ciência e Tecnologia e Inovação, com ações voltadas para o desenvolvimento científico e tecnológico no estado. Cabe ao governo do RS também decidir priorizar essa área mediante contrapartida a esses investimentos em ciência e tecnologia.
É preciso mobilização política para integrar as incubadoras de empresas, parques tecnológicos, com centros de pesquisa, centros vocacionais tecnológicos e universidades para o fomento de projetos de desenvolvimento. É necessário integrar a política de CT&I (ciência, tecnologia e informação) à política industrial, via Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, para que as empresas gaúchas sejam estimuladas a incorporar a inovação ao processo produtivo. Com a formação da Frente de Promoção da C&T, poderemos disponibilizar informações sobre oferta e demanda de CT&I, incentivar a criação das condições necessárias para o desenvolvimento de novos empreendimentos de base tecnológica e promover a agregação de conhecimento e a incorporação de tecnologias nas micro e pequenas empresas. São ações que queremos realizar para a convergência da política de C&T com outras políticas setoriais importantes para o desenvolvimento do RS.
*Deputado federal (PSB) e vice-líder do governo Lula