As tragédias de cada dia
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Jornal Ibia – MontenegroJornal Ibia – Montenegro, 13/12/2005
As tragédias de cada dia
A cada fim de semana e feriado prolongado vem à tona as lamentáveis estatísticas da violência no trânsito. No feriadão da Proclamação da República, chegamos próximos a 40 mortos, além de dezenas de feridos, no Rio Grande do Sul.
Estima-se que cerca de 31.000 pessoas morram por ano em decorrência do trânsito no Brasil. Os desastres atingiram proporções tão alarmantes que a própria Organização Mundial de Saúde chama a atenção para os acidentes no trânsito, como sendo um grave problema de saúde pública que, além das vítimas fatais, se traduz em elevado custo de atendimento médico-hospitalar e de reabilitação dos acidentados.
Além da desatenção dos motoristas e ultrapassagens em local proibido, a mistura entre álcool e a direção tem sido preponderante nas tragédias. Pesquisas realizadas pelo Departamento Médico legal e pela Universidade Luterana do Brasil revelaram que 32,5% das vítimas fatais de acidentes em Porto Alegre e Região Metropolitana haviam consumido álcool em quantidades superiores as permitidas, confirmando um dos principais causadores de acidentes no trânsito.
Nesse sentido, é exemplar o trabalho realizado pela Fundação Tiago Gonzaga, que desenvolve ações de conscientização no trânsito, em especial de jovens. Tive a oportunidade de aprovar uma proposição na Câmara, de minha autoria, corrigindo uma lacuna legal que conduzia à impunidade os motoristas alcoolizados. O projeto, que agora será votado pelo Senado, permite enquadrar motoristas alcoolizados como infratores ou criminosos do trânsito, mesmo que se recusem a se submeter ao bafômetro ou exame de sangue.
No intuito de somar esforços para o estudo das causas e tragédias do trânsito, formamos no Congresso Nacional a Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, que tenho a honra de coordenar. Esperamos, com isso, contribuir para a elaboração de medidas que fechem o cerco contra as tragédias que vitimam nossas famílias e ceifam muitas vidas.
Obras de engenharia, restauração, sinalização de rodovias, trevos, passarelas, faixas de segurança, fiscalização eficiente não serão suficientes se a principal obra, a da consciência, da atitude, não for assimilada como padrão de comportamento por todos que convivem com o transporte em movimento, o nosso trânsito. Portanto, é preciso aliar conhecimento com disposição para enfrentarmos as tragédias e conquistarmos um TRÂNSITO realmente SEGURO. Este é o nosso desafio de cada dia.
Beto Albuquerque, Deputado federal (PSB/RS), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro