Autoconvocação deve ser anunciada hoje

Presidente da Câmara pediu prazo de um dia para tomar decisão

Brasília

Derrotado na tentativa de interromper as investigações sobre o valerioduto nas CPIs e no Conselho de Ética da Câmara, o Palácio do Planalto deverá assistir hoje os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), anunciar a autoconvocação da Casa durante o recesso parlamentar.

O anúncio só não foi feito ontem porque, mesmo pressionado por Calheiros, pelos líderes dos partidos no Senado e pela oposição, Rebelo pediu um dia para tomar sua decisão.

O pagamento de dois subsídios extras aos 513 deputados e 81 senadores custará R$ 15,2 milhões aos cofres públicos. Os líderes de partidos rejeitaram proposta do deputado Raul Jungmann (PPS-PE), apoiada por Luciana Genro (P-Sol), de mudar o regimento das Casas para que os parlamentares não recebessem nenhum extra.

Hoje, Calheiros e Aldo devem definir a data da autoconvocação. O período mais provável seria de 16 de janeiro a 15 de fevereiro.

– O pior desgaste para nós é o de sermos acusados de pretender paralisar as investigações feitas pelas CPIs e pelo Conselho de Ética. Mas temos que construir uma pauta mínima de votações, pois se não aprovarmos nada também haverá desgaste – disse Calheiros.

A maior preocupação, no entanto, é de que não se consiga votar as cassações de deputados acusados de envolvimento no esquema do valerioduto e nem projetos importante no plenário – o que é muito provável. O presidente do Conselho de Ética, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), comprometeu-se ontem a votar oito dos 11 processos pendentes se houver a autoconvocação.