Beto afirma que pandemia são as mortes no trânsito

Jul 11 2009
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O Nacional – Passo Fundo, 11/07/2009
Parlamentar socialista coordena o Encontro de Segurança no Trânsito do Mercosul

O 2º Encontro de Segurança no Trânsito do Mercosul foi aberto na manhã desta sexta-feira, em Porto Alegre com o compromisso de buscar saídas urgentes para harmonizar a legislação de trânsito dos países do Mercosul e, por consequência, enfrentar a terrível realidade das mortes e lesões provocadas por acidentes nas cidades e nas estradas. Presidente da Parlasul (Comissão de Infraestrutura, Transporte, Recursos Energéticos, Agricultura, Pecuária e Pesca do Parlamento do Mercosul), o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), afirmou que se hoje há uma pandemia no mundo ela tem nome e se chama mortes no trânsito.

Coordenador do encontro, Albuquerque lembrou que atualmente não há lugar no mundo livre das tragédias nas estradas e destacou que o Brasil convive com a triste distinção de estar entre os cinco países com trânsito mais violento, atrás somente dos Estados Unidos, China, Rússia e Índia. "Gastamos quase R$ 30 bilhões por ano para atender aos acidentados e inválidos vitimados por nosso trânsito. Em termos mundiais, é gasto o equivalente a três orçamentos das nações mais pobres do planeta juntas. Esta é uma deformação que não pode persistir," avisou.

Ao falar dos desafios que os participantes do encontro têm pela frente, Albuquerque apontou como caminho à educação permanente, leis claras e fiscalização eficiente. Para o presidente da Comissão de Infraestrutura do Parlasul, o álcool somado à velocidade é o principal articulador das grandes tragédias do trânsito nos países do Mercosul. "Precisamos enfrentar essa mistura assassina de álcool com direção," desafiou. Ao longo desta sexta-feira, os participantes do encontro estarão analisando dez pontos prioritários para chegar à harmonização das normas nos países do bloco, entre elas uso de luzes dos veículos, de capacete e de cinto de segurança, política de combate ao álcool, seguro obrigatório, combate ao excesso de velocidade, direção defensiva, unificação de pesos e medidas de veículos de carga, entre outros.

Morosidade
O presidente do Setcergs, José Carlos Silvano, anfitrião do evento, destacou que a entidade trabalha há muitos anos na busca de um Mercosul efetivo, mas lembrou que ainda há problemas sérios a serem solucionados, como a morosidade das aduanas e a falta de padronização nas leis dos países do bloco. "O Parlasul tem a força política necessária para chegarmos a estas mudanças," avaliou. Representando a Assembleia Legislativa do estado, o deputado estadual Miki Breier (PSB) afirmou que a integração não é algo que deva ser discutido somente quando nosso estado é ameaçado pela gripe, mas em todas as áreas. "Nossos países precisam estar irmanados nas principais questões que atingem nossas populações."

O diretor-presidente do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Alfredo Peres, representando o Ministério das Cidades, destacou que o trânsito é uma preocupação mundial, já que a frota e o número de condutores estão crescendo significativamente, o que exige uma urgente padronização das legislações. Peres apresentou aos participantes com detalhes as ações que o governo brasileiro vem desenvolvendo no setor, as prioridades e o que o país tem enfrentado de dificuldades.

Harmonização

Vice-presidente do Parlamento do Mercosul, o deputado uruguaio Juá Jose Dominguez, cumprimentou Albuquerque pelo fato de ele ter compreendido a necessidade de se desencadear esse trabalho de harmonização da legislação de trânsito dos países. Dominguez citou a recente morte de um caminhoneiro paraguaio como exemplo do drama diário vivido pelas famílias desses trabalhadores. Segundo o vice-presidente do Parlasul, mudar esse quadro é o desafio prioritário. "Se nós que trabalhamos pela integração de nossos países não o fizermos, temos que voltar para casa," cobrou. "Precisamos achar caminhos para horizontalizar as normas do Mercosul. Perdemos de seis a sete pessoas por dia em nossos países no trânsito – aqui no Brasil chega a cem por dia. Isso é inconcebível," lamentou Dominguez.

Além dos membros da Comissão de Infraestrutura do Parlasul, participaram do evento o sub-comandante geral da Brigada Militar, coronel Lauro Binsfeld, o representante da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), Marco Antônio Lima das Neves, o chefe de gabinete da Polícia Rodoviária Federal no RS, Marcelo Paiva, o comandante da Polícia Rodoviária Estadual, tenente coronel Edar Borges Machado.