Correio do Povo – Porto Alegre, 2/11/2009 Animado pelo êxito da aliança na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, em 2008, que uniu no primeiro turno PC do B, PSB e PPS (mais quatro pequenas siglas) e que incomodou os adversários do PMDB e do PT, o PSB deu início, logo após as eleições, às conversações para uma nova união. Além dos aliados no pleito da Capital, procurou grandes partidos, como o PP, o PDT e o PTB. Deixou de lado PMDB, PT e PSDB.
"Nossa premissa foi conversar com quem não tinha candidato. Continuamos assim, de forma tranquila, mas insistente e os entendimentos vêm progredindo", assegura o pré-candidato do PSB ao Piratini, o deputado federal Beto Albuquerque. As conversações incluem ainda pequenas legendas, como o PV e o PSC, e o deputado assegura "ter esperanças" em relação ao PR.
A chamada "terceira via", alternativa à polarização das eleições que em geral ocorre no RS não é novidade. Foi proposta por Germano Rigotto (PMDB) em 2002, quando Tarso Genro (PT) e Antonio Britto (PPS) eram tidos como os mais fortes. E, em 2006, por Yeda Crusius (PSDB), quando as expectativas – e as pesquisas – apontavam que a decisão se daria entre Rigotto, então governador, e Olívio Dutra (PT). Yeda venceu.
Beto não receia comparações. Vislumbrando a possibilidade de que possa haver alteração no PSDB, o PSB já faz movimentos discretos em direção aos tucanos. O presidente estadual dos socialistas, Caleb de Oliveira, por exemplo, surpreendeu dirigentes e militantes do PSDB gaúcho ao marcar presença na convenção estadual do partido, há duas semanas. O mesmo não se dá em relação ao PMDB e ao PT. "São dois grandes partidos, com quadros muito importantes, mas, ao mesmo tempo, são os protagonistas históricos das contendas políticas no RS, às quais justamente queremos propor um término. Não excluímos ninguém, mas existem aqueles que, por suas posturas, se autoexcluem."
