O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB), é contra o aumento de 91% no salário dos parlamentares, definido, na última semana, em ato conjunto das mesas da Câmara e do Senado. “Não concordo com esse aumento nem com o processo de decisão, limitado às mesas diretoras. Defendo a votação em plenário, com toda transparência, para que o cidadão conheça o voto de cada deputado”, afirma.
Para Beto, o salário de R$ 24,5 mil é alto demais para qualquer um dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. “Em 2003, fui contra a definição desse teto salarial do funcionalismo quando a emenda da reforma da Previdência foi discutida no Congresso. O valor já estava fora da realidade do país”, lembra o vice-líder.
Naquele ano, o Congresso Nacional aprovou os R$ 24,5 mil como teto para os servidores ativos na Emenda Constitucional 41, que reformou a Previdência Social e previu como referência para o limite máximo o salário do ministro do Supremo Tribunal Federal.
O aumento nos salários deve representar um gasto extra anual de ao menos R$ 1,66 bilhão aos cofres públicos — já que estados e municípios seguem o aumento federal, no chamado efeito cascata. A decisão sobre o reajuste foi tomada na última quinta-feira em reunião de integrantes da mesa diretora da Câmara e do Senado e líderes partidários.
