O vice-líer do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB/RS) classificou ontem de imoral a proposta se campanha do presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP/PE), de aumentar o salário dos parlamentares de R$12,8 mil para R$ 21,5 mil. “Essa é uma medida inadequada, injustificável e imoral, que nos envergonha”, criticou Albuquerque.
A proposta de reajuste foi aprovada na quarta-feira à noite pela Mesa Diretora da Câmara, que definiu como regime de urgência. Ontem de manhã, a bancada do PSB decidiu entregar um documento ao presidente de repúdio ao aumento, pedindo a retirada do projeto de pauta e, caso contrário, que o voto seja aberto. A bancada prepara um ato público para a próxima terça-feira, em Brasília.
Segundo Albuquerque, a proposta de reajuste está desconectada da pauta que o país espera do legislativo federal. Albuquerque diz que renunciará ao possível reajuste. “Esse aumento é indecente. Gosto de dinheiro, mas de dinheiro ético, merecido, moralmente defensável”, declarou.
O deputado henrique Fontana (PT), que já havia se declarado contrário ao projeto de aumento dos deputados e membros do Supremo defendido por Cavalcanti, também criticou a medida. “Quem olha o Brasil real com suas enormes desigualdades, não pode aceitar um salário de mais de 21 mil reais para o Supremo e os deputados”, afirmou Fontana.
