Presidente da Casa defende projeto, que pode inviabilizar a Rede, de Marina Silva
Isabel Braga
Fernanda Krakrovics
BRASA?LIA A CA?mara deve votar na prA?xima semana o projeto que impAi??e aos novos partidos que ainda nA?o elegeram deputados restriAi??Ai??es de acesso aos recursos do Fundo PartidA?rio e ao tempo de propaganda polAi??tica no rA?dio e na TV. Os defensores da proposta alegam que a medida Ai?? moralizadora. No entanto, o que estA? em jogo nessa briga sA?o os interesses das alianAi??as partidA?rias para as eleiAi??Ai??es de 2014. De um lado, os partidos governistas, PT e PMDB Ai?? frente, que veem na restriAi??A?o uma forma de evitar a perda de parlamentares para novas legendas, alAi??m de dificultar a candidatura presidencial de Marina Silva pelo novo partido, a Rede. De outro, PSDB e PSB, cada um com seu candidato Ai?? PresidA?ncia da RepA?blica, sabem que a presenAi??a de Marina na disputa poderA? levar a eleiAi??A?o ao segundo turno contra a presidente Dilma.
Na noite de anteontem no plenA?rio da CA?mara, em sessA?o tumultuada e recheada de acusaAi??Ai??es – inclusive sobre a existA?ncia de um “mercado persa” de polAi??ticos e comparaAi??Ai??es do Congresso a um bordel -, o grupo favorA?vel ao projeto, de autoria do deputado Edinho AraA?jo (PMDB-SP), tentou aprovar a urgA?ncia para votA?-lo, mas faltaram dez votos. Os lAi??deres argumentam que faltou articulaAi??A?o, e que o projeto voltarA? Ai?? pauta na prA?xima semana.
O presidente da CA?mara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) admitiu erro na conduAi??A?o da votaAi??A?o, e defendeu a proposta:
– Ai?? um projeto importante porque impede essa evasA?o de parlamentares de maneira desordenada e que contribui mal para a formaAi??A?o de novos partidos.
AlAi??m do partido de Marina, estA?o em gestaAi??A?o outras legendas, como a eventual fusA?o entre o PPS e PMN, e o partido que estA? sendo formado pelo deputado e presidente da ForAi??a Sindical, Paulo Pereira da Silva (PDT-SP). Os partidos maiores temem perder deputados para as novas legendas e, com isso, tempo de TV e rA?dio, alAi??m de fundo partidA?rio.
O PSD, criado em 2011 e que ganhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o direito ao fundo partidA?rio e tempo de TV proporcional Ai?? bancada de deputados eleitos por outras legendas em 2010 – e que migraram para o PSD – agora defende a restriAi??A?o aos prA?ximos partidos.best antidepressant for elderly female
Buy– Essa brecha foi utilizada por um grupo de pessoas que tA?m uma vida pA?blica e muita seriedade. Mas essa brecha tambAi??m estA? Ai?? disposiAi??A?o de aventureiros, de pessoas que querem montar um partido para vender tempo de rA?dio e de televisA?o – disse o presidente do PSD, Gilberto Kassab. – Posso afirmar que nA?o Ai?? a Marina (a aventureira), que Ai?? uma pessoa muito sAi??ria. Eu mesmo assinei um manifesto de apoio Ai?? criaAi??A?o do partido e recomendei que as pessoas assinassem. NA?o faz nenhuma diferenAi??a para ela ter dez ou cinco deputados federais. O tempo que ela terA? serA? aquele reservado no bolo da divisA?o de todos os partidos.
Mesmo os favorA?veis Ai?? proposta admitem que hA? interesses eleitorais diversos envolvidos.
– Apoio o projeto, mas nA?o vamos posar de moralistas. Na mesma noite Ai??amos a votar a criaAi??A?o de cargos para o PSD na CA?mara e proibir novos PSDs. Ai?? como a prostituta que, depois de ganhar a vida, diz que a virtude pA?blica exige o fechamento da zona – disse o deputado EsperidiA?o Amin (PP-SC).
Na tumultuada sessA?o de anteontem, o projeto foi classificado como tentativa de golpe. Ontem, o lAi??der do PSB, Beto Albuquerque (RS), culpou o governo federal:
– A livre organizaAi??A?o dos partidos nA?o pode ser confundida com a malversaAi??A?o dos partidos. Isso ficou claro no golpe tentado ontem (anteontem). Lamento que o governo se envolva em questAi??es partidA?rias no Congresso.
