Jornal Minuano – Bagé, 15/11/2007 PRF e paróquias recebem dez mandamentos do trânsito
Como policial rodoviário federal, ele sabe muito bem o que significa a falta de consciência no trânsito e suas conseqüências, muitas vezes drásticas para a vida. Nesse sentido, o chefe do posto da Polícia Rodoviária Federal – PRF de Bagé, Dorval Albert Silva falou sobre a cartilha dos 10 mandamentos do trânsito seguro que teve origem no Vaticano e chegou a Bagé. Na avaliação do policial, a grande questão é a conscientização. Segundo ele, todo mundo sabe o que deve ou não fazer ao volante, porém ter consciência do que é certo é outra coisa. “Esses mandamentos que se encaixam no trânsito servem também para a vida”, refletiu ao acrescentar que o trânsito é o espelho da sociedade.
A falta de segurança no trânsito tem causado inúmeros danos à sociedade. Muitas vidas são colocadas em risco, tanto dos que dirigem veículos em vias públicas, quanto dos pedestres que por elas circulam. São assustadores os índices de acidentes na BR 153, em particular nos dias de chuva. A situação fica mais grave quando aliada à alta velocidade. Somente na sexta-feira passada foram registrados quatros casos num curto espaço de tempo nessa rodovia. No meio deste ano, o MINUANO publicou reportagem com dados obtidos na 11ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, onde foi constatado que os acidentes ocorridos até aquela época dobraram em relação a 2006.
Já na área urbana da cidade, quase que diariamente são registrados casos na polícia envolvendo motos e veículos. Fora os acidentes que não são registrados, como um que aconteceu recentemente, onde dois motociclistas se chocaram com uma Kombi escolar e foram parar no hospital.
O problema não preocupa somente os órgãos de segurança, pois foi lançada recentemente a Campanha pela Segurança no Trânsito, uma iniciativa da Frente Parlamentar do Trânsito Seguro, da Câmara dos Deputados, e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A campanha tem como finalidade difundir a cartilha Os 10 Mandamentos do Trânsito Seguro, uma iniciativa do Vaticano, que foi distribuída nas cerca de 10 mil paróquias da Igreja Católica. Do total de 10 milhões de cartilhas, 1,5 milhão foram destinadas ao Rio Grande do Sul. Bagé recebeu parte desse material que foi enviado para as paróquias e para o Posto da Polícia Rodoviária Federal.
O material foi elaborado pela CNBB com apoio da Frente Parlamentar, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), do Ministério das Cidades e dos Correios. A confecção custou R$ 750 mil, investidos pelo Denatran. A cartilha foi inspirada no documento Os 10 Mandamentos do Motorista, divulgado em junho pelo Vaticano. “O trânsito brasileiro é uma tragédia, são 36 mil mortos por ano, cem por dia, e precisamos exigir dos governos a aplicação dos recursos de multas em campanhas. O trânsito é a principal causa de morte de jovens até 19 anos no país”, declarou o presidente da frente, Beto Albuquerque.
Segundo ele, a Comissão de Trânsito da Câmara avalia projeto para o agravamento de condenações, de 5 a 15 anos de pena, para quem, por exemplo, estiver embriagado ao cometer infrações.
De Roma para o mundo
O bispo dom Gílio Felício comentou que a questão da segurança no trânsito deve ser uma preocupação não somente da Igreja Católica, e sim de todas as religiões em defesa da vida. Quanto à criação dos 10 mandamentos, o prelado declarou que o trânsito em Roma é conhecido por ser caótico e, em função daquela realidade, os assessores do papa Bento XVI começaram a refletir sobre os índices de acidentes de trânsito.” A partir de Roma os assessores olharam para o mundo”, disse. Os dez mandamentos
1.Não mate. 2. A estrada seja para você um instrumento de comunhão entre as pessoas e não um local com risco de vida. 3.Cortesia, sinceridade e prudência ajudarão você a superar os imprevistos. 4.Seja caridoso e ajude o próximo nas suas necessidades, especialmente as vítimas de acidentes. 5.Que o carro não seja para você expressão de poder e domínio nem ocasião de pecado. 6.Convença, com caridade, os jovens e os que já não o são para que não dirijam quando não estiverem em condições de fazê-lo. 7.Ajude as famílias de vítimas de acidente. 8.Reúna a vítima com o motorista agressor num momento oportuno para que possam viver a experiência libertadora do perdão. 9.Na estrada, proteja o mais vulnerável. 10.Sinta-se responsável pelo outro.
