Candidatos jogam as suas últimas fichas

Feb 01 2007
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Diário do Nordeste, 1/2/2007

Brasília. A um dia da eleição para a presidência da Câmara, os três candidatos ao cargo fizeram ontem as últimas articulações para garantir a vitória hoje. Duas possibilidades são cogitadas dentro da Casa: uma vitória em primeiro turno do candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), ou um segundo turno entre ele e um dos outros dois candidatos, Aldo Rebelo (PC do B-SP), que disputa a reeleição, e o tucano Gustavo Fruet (PSDB-PR).

Para evitar uma disputa em segundo turno, o que poderia unir Aldo e Fruet contra Chinaglia, o PT abriu mão ontem do direito de escolher dois dos sete cargos titulares na mesa diretora a fim de cumprir os acordos políticos em torno da candidatura petista.

O partido lança Chinaglia como ´candidato avulso´ e fica sem vaga na mesa se perder a disputa. ´O risco está lançado. Avaliamos que esta é a melhor estratégia´, diz o líder na Câmara, Henrique Fontana (RS).

Ao todo, Chinaglia tem cinco partidos oficialmente ao seu lado: as duas maiores bancadas, PMDB e PT, além de PR, PTB e PP. Nas contas do PT, Chinaglia pode ter, ao menos, 270 votos hoje (para vencer no primeiro turno, um candidato precisa dos votos de, ao menos, 257 dos 513 deputados). Porém, como a votação é secreta, o petista teme perder votos nessas legendas, o que evitaria uma vitória no primeiro turno.

Indecisos

Numa avaliação feita por aliados de Chinaglia, há cerca de 120 deputados considerados ´indecisos´ na disputa. O número é considerado super-estimado pelos aliados de Aldo, que apostam nas dissidências de PMDB, PTB e PP para chegar ao segundo turno.

Enquanto Chinaglia diz que tem, no mínimo, 60 votos dos 90 deputados do PMDB, aliados de Aldo afirmam que possuem a metade desta bancada a favor de sua reeleição. ´Nós estamos motivados. Estamos confiantes que vamos ao segundo turno para vencer´, diz o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), vice-líder do governo e um dos principais articuladores da campanha de Rebelo.

Ainda na briga

Teoricamente com menos vantagem que os demais, Fruet ainda não jogou a toalha. Contando com os 84 votos de PPS e PSDB, o candidato lançado pela chamada ´terceira via´ espera contar com quatro votos do PDT, que apóia Aldo, e, principalmente, com colegas do PFL, que também está a favor da reeleição de Rebelo.

Para Fruet, o fato de o PFL ter formado um bloco com PSDB e PPS ontem para ocupar cargos na mesa diretora da Casa pode favorecê-lo, embora o líder pefelista, Rodrigo Maia (RJ), tenha garantido que não há qualquer chance de recuo em relação ao apoio a Aldo. ´Acho, no entanto, que essa formação do bloco quebra um pouco a resistência no PFL´, avalia Fruet, único candidato que levou militantes à Câmara para fazer campanha.