Duas pré-candidaturas à Presidência da República já colocam o chamado "bloquinho" em pé de guerra. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) prometem dividir as atenções do PSB, PCdoB, PDT, PRB, PHS e PMN. Essas legendas integram o bloco de esquerda, formado como alternativa de apoio ao governo no Congresso.
Cristovam garante que conta com a autorização do presidente de seu partido, Carlos Lupi, para lançar sua pré-candidatura. Lupi também é ministro do Trabalho, mas não teria impedido o senador de disputar uma vaga, forçando a realização de prévias.
– O que eu quero é discutir idéias. Se não me escolherem nas prévias, tudo bem. Apoiarei o candidato do bloco – assegura Cristovam.
O senador, no entanto, não poupa críticas aos colegas. Para ele, o bloco é politicamente frágil porque visa apenas às eleições presidenciais de 2010, deixando de lado a missão de formular um projeto alternativo para o Brasil.
– É um bloco contra o PT e a favor do governo – classifica.
Definição passaria pela eleição de 2008
Mesmo reclamando que não encontra espaço para debater propostas, Cristovam reforça que não vai desistir de seus planos de disputar a Presidência da República pela segunda vez. O problema é que o próprio bloco já vem articulando o lançamento da candidatura do socialista Ciro Gomes.
Ciro não é tão enfático quanto Cristovam quando questionado sobre a vontade de concorrer, mas seus companheiros de partido já trabalham em nome da candidatura própria.
– Seria hipócrita dizer que não estamos pensando em disputar o poder – reconhece o deputado Beto Albuquerque (PSB), vice-líder do governo na Câmara.
