Congresso peita TSE e derruba verticalização
- Posted by: Ass. Imprensa
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O PopularO Popular, 9/3/2006
Congresso peita TSE e derruba verticalização
Brasília – Durou exatos cinco minutos a sessão solene do Congresso destinada a promulgar a emenda constitucional que libera as alianças eleitorais nos Estados, independentemente da coligação fechada para eleger o presidente da República. Postados lado a lado, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP) uniram-se ao plenário nos aplausos que marcaram a promulgação. Nos bastidores, porém, ambos não dão sequer 15 dias de vida à emenda, tal como foi aprovada.
É este o prazo em que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai se manifestar sobre a vigência da emenda para as eleições de outubro, em resposta à Ação Direta de Inconstitucionalidade que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) impetrará hoje. A expectativa geral, da qual partilham líderes aliados e de oposição ao governo, é de que o Supremo manterá a verticalização das coligações este ano, declarando a inconstitucionalidade da mudança imediata das regras eleitorais a menos de um ano da disputa.
Seja qual for o entendimento do STF, a crise institucional está descartada. “As tensões sempre existirão, mas não podem descambar para o conflito de Poderes. “Não vamos transformar 2006 em um ano vermelho, em bangue-bangue”, garantiu Renan. Mas uma vez publicada a emenda no Diário do Congresso amanhã, a executiva nacional do PSB apresentará nova consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre sua vigência imediata.
Em resposta a uma consulta do PSL na semana passada, o TSE disse que a verticalização estava de pé. Como a emenda estabelece outro cenário, o PSB quer ouvir novamente o tribunal. “Vamos entrar com nova consulta porque não há razão no mundo jurídico que impeça uma emenda constitucional de entrar em vigor na data de sua publicação”, disse o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).
Mal a emenda havia sido promulgada ontem à tarde, 20 senadores peemedebistas reuniram-se para discutir o futuro da candidatura própria a presidente, mantida a verticalização. O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), confirmou para o dia 19 a realização das prévias que definirão o candidato do partido ao Planalto. “O quadro político mudou muito de ontem para hoje”, avaliou o líder no Senado, Ney Suassuna (PB), ao lembrar que o PMDB tem pelo menos 15 candidatos competitivos a governador, sustentados pelas mais diversas alianças. (AE)