Cúpula do PSB resiste à entrada de Jobim no partido
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Valor EconômicoValor Econômico, 06/02/2006
Cúpula do PSB resiste à entrada de Jobim no partido
César Felício, Cristiane Agostine e Caio Junqueira De São Paulo
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, terá dificuldades dentro da cúpula do PSB para entrar no partido na condição de candidato a vice-presidente na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como é a intenção do Palácio do Planalto. Os dirigentes socialistas não devem, entretanto, vetar a filiação de Jobim, já que a definição da cha pa tende a ser adiada para junho e sua presença no partido poderá aumentar a capacidade de barganha da sigla.
A prioridade do partido é alcançar a meta de 5% dos votos nas eleições proporcionais para escapar da cláusula de barreira. Para isso, os dirigentes do PSB estavam mantendo até a semana passada distância do projeto de reeleição presidencial. A meta era a total liberdade para se aliar nos Estados, com coligações até com o PSDB. Na reunião da Executiva Nacional realizada esta semana, o tema não foi discutido.
"Estamos perplexos. Se é para ter a candidatura de vice na chapa do Lula, o meu candidato é o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, que tem voto popular e nome nacional", afirmou o segundo vice-presidente da sigla, o deputado Beto Albuquerque (RS), para quem " filiação de Nelson Job im terá que ser o resultado de uma longa conversa, com um partido que não aceita convertidos com varinha mágica".
" Não vejo lógica. Nem o apoio à reeleição de Lula acertamos, que dirá lugar de vice. Até onde sei, nosso compromisso político com o governo federal termina em abril", afirmou o secretário de Finanças do partido, o ex-prefeito de São Vicente, Márcio França (SP). Em São Paulo, o PSB é próximo aos tucanos.
O líder da bancada, Renato Casagrande (ES), minimizou a articulação. "Isso está ainda em uma fase muito ficcional. Não tem nenhuma conversa, nem por iniciativa dele nem por iniciativa do partido. Não há qualquer diálogo", insistiu. Na verdade, as negociações já têm três semanas, segundo confidenciaram outros dirigentes socialistas.
Também integrante da Executiva, o deputado Alexandre Cardoso (RJ) aposta na filiação. "O ministro é muito bem-vind o a qualquer partido. O PSB é um partido de advogados, com grande envolvimento com a área jurídica", comentou, para em seguida ressalvar que Jobim terá que negociar dentro da sigla o seu status. "Ninguém entra com o pressuposto de ser candidato, mas também de não o ser", afirmou Cardoso.