Documento que embasa discussA?o entre aliados de Campos e Marina ataca ‘modelo de governabilidade, voltado para acordos circunstanciais, ocupaAi??A?o de postos e alocaAi??A?o casuAi??stica de recursos’, sem mencionar participaAi??A?o de sigla no governo do PT
A crAi??tica ao presidencialismo de coalizA?o serA? um dos temas que pautarA? as discussAi??es do primeiro encontro programA?tico da alianAi??a PSB-Rede, marcado para esta segunda-feira, 28, em SA?o Paulo. Documento elaborado em conjunto por integrantes das duas agremiaAi??Ai??es, com o objetivo de nortear o debate, aponta para a falA?ncia de um modelo baseado em “distribuiAi??A?o de feudos” no governo e para a necessidade de se pensar novas formas de fazer polAi??tica no PaAi??s.
“Ai?? necessA?ria mudanAi??a profunda do sistema polAi??tico para permitir a emergA?ncia de outro modelo de governabilidade, cujos alinhamentos se deem em torno de afinidades programA?ticas, e nA?o em torno de distribuiAi??A?o de feudos dentro do prA?prio Estado, do desmantelamento da gestA?o pA?blica, e do uso caA?tico, perdulA?rio e dispersivo do orAi??amento nacional”, diz trecho do documento ao qual o Estado teve acesso.
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva tem mantido um discurso duro em relaAi??A?o ao que define como a prA?tica de lotear cargos em troca de apoio no Congresso. Ela defende que Ai?? possAi??vel governar o PaAi??s sem uma base de apoio formada nos moldes polAi??ticos tradicionais, desde que haja o apoio da populaAi??A?o.
Depois da alianAi??a, formalizada no A?ltimo dia 5, o governador de Pernambuco e provA?vel candidato Ai?? PresidA?ncia, Eduardo Campos, incorporou o discurso de Marina e tambAi??m tem atacado o modelo de distribuiAi??A?o de cargos a aliados polAi??ticos. Na prA?tica, porAi??m, o governo de Pernambuco abriga 14 partidos em sua base e nA?o viu problemas em colocar na sua administraAi??A?o pessoas que o ajudaram nas eleiAi??Ai??es de 2006 e 2010.
O PSB tambAi??m fazia parte da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) atAi?? meados de setembro e sA? decidiu entregar os cargos para poder articular, com menos constrangimento, a candidatura prA?pria ao PalA?cio do Planalto.
Para o secretA?rio-geral do PSB, Carlos Siqueira, um dos responsA?veis por preparar o documento que serA? apresentado hoje, a forma de conquistar a maioria para poder governar, atravAi??s da distribuiAi??A?o de cargos a aliados, Ai?? um problema de todos os governos, que tem de ser amplamente discutido com a sociedade. “Para mudar isso, Ai?? preciso fazer uma reforma polAi??tica de verdade”, defende.
Outros pontos. Bazileu Margarido, membro da Executiva da Rede, explica que o documento tem um carA?ter preliminar e serA? entregue aos cerca de 120 participantes para servir como ponto de partida para o debate. AlAi??m de pregar mudanAi??as no sistema polAi??tico, o texto destacarA? outros dois temas: a necessidade de o PaAi??s avanAi??ar nas conquistas econA?micas e sociais e a promoAi??A?o do desenvolvimento sustentA?vel.
Durante o encontro, as pessoas serA?o divididas em grupos para discutir as ideias contidas no documento. O evento, que serA? transmitido pela internet, tambAi??m prevA? a contribuiAi??A?o online de militantes.
O lAi??der do PSB na CA?mara, Beto Albuquerque (RS), afirma que o principal objetivo do encontro de hoje Ai?? traAi??ar um panorama de quais desafios precisam ser enfrentados. “O principal deles Ai?? como fazer o Brasil voltar a crescer…”, opina, e, como para mostrar que jA? assimilou o discurso da Rede, completa: “De maneira sustentA?vel”.
AtAi?? o final da tarde, o grupo pretende ter elaborado um novo memorando, que vai orientar a construAi??A?o de um programa de governo para a eleiAi??A?o presidencial de 2014. O tom do documento deve repetir o do discurso que Campos e Marina tA?m adotado: o de que Ai?? preciso dar inAi??cio a um novo ciclo na polAi??tica, sem abrir mA?o da estabilidade econA?mica criada por Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e da inclusA?o social iniciada por Luiz InA?cio Lula da Silva (2003-2010).
Sem polA?mica. No encontro desta segunda, no entanto, ficarA?o de fora temas polA?micos, como a formaAi??A?o de palanques estaduais. Ainda em clima de lua de mel, integrantes da Rede e do PSB tA?m repetido que, por enquanto, hA? “mais convergA?ncias do que divergA?ncias” entre os dois grupos.
Para evitar atritos, Campos e Marina orientaram seus aliados a nA?o comentar temas ligados Ai?? campanha. A dupla tem dito que o momento agora Ai?? de discutir ideias e que o debate eleitoral deve ser deixado para 2014. AtAi?? mesmo a decisA?o de quem serA? o candidato a presidente na chapa do PSB serA? tomada somente no ano que vem.
