Correio Braziliense, 06/04/2004 Críticas se concentram em FHC
O presidente do PT, José Genoino, criticou ontem a tática de antecipação do processo sucessório adotada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Se é isso, acho que alguém com a experiência dele deveria ter mais cautela, avalia Genoino. Estamos executando projetos para o país. Ele é que não quer ver, afirma o presidente do PT. Nós recuperamos o papel do Estado. Fortalecemos a sua soberania. Os resultados da nossa política macroeconômica estão surgindo. Não sofremos derrota no Congresso. O governo não está parado, enumera o presidente do PT. É um discurso de oposição, que não reconhece o que o governo faz. É um discurso mal-intencionado.
Fernando Henrique Cardoso, com este artigo, é, no mínimo, um senhor pretensioso porque vem ensinar o padre a rezar a missa, depois de deixar tremendo abacaxi para o nosso governo, protesta o vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS).
Líder da oposição
Para o deputado Miro Teixeira (PPS-RJ), com as declarações Fernando Henrique assume de vez a liderança da oposição – primeiro passo para uma candidatura em 2006. Talvez estejamos diante de um movimento tático de Fernando Henrique para se tornar personagem da oposição, avalia Miro. Pareceu uma declaração de candidato. É pouco usual um presidente da República fazer críticas a quem o sucede, ainda mais a quem está no começo do mandato, considera. Miro deixou a liderança do governo na Câmara há duas semanas. Ontem, foi oficializado como seu substituto o deputado Professor Luizinho (PT-SP). Em solenidade no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma única recomendação: Ouvir mais e falar mais, ser menos trator e mais negociador.
Embora também crítico de Lula, o senador Pedro Simon atacou Fernando Henrique. Nego autoridade a ele (FHC) para fazer críticas, porque durante oito anos Fernando Henrique não fez nada para melhorar o que está aí. Estou sentindo cheiro de quem age para ser candidato a presidente. Está se credenciando para tentar liderar a oposição, diz Simon. Mas não vejo nenhuma chance disso acontecer. O povo brasileiro tem memória. Fernando Henrique estava muito bem quando estava calado. Deveria pensar agora em fazer história, escrever a biografia dele. Se não é para ajudar, não deveria atrapalhar, diz Simon
