De olho no PSDB, Aldo discute com aliados estratégia da semana

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), reúne seus aliados em sua casa nesta segunda-feira (15) para discutir a estratégia de campanha à reeleição para o cargo a partir desta semana depois dos apoios anunciados por PSDB e PMDB ao candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP).

Deve participar do encontro o comando da campanha de Aldo: os líderes do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e do PSB, Renato Casagrande (ES), o vice-lider do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), o deputado Ciro Nogueira (PP-PI), entre outros. A expectativa de Aldo é que deputados do PSDB descontentes com a aliança com Chinaglia também apareçam na reunião.

Segundo Renato Casagrande, o objetivo da reunião é avaliar os resultados das últimas conversas com os deputados e definir os próximos passos da campanha. "Não há muito o que mudar. Vamos manter o corpo a corpo e os contatos com PMDB e PSDB para garantir um percentual de apoio significativo", diz o deputado.

Aldo passou o fim de semana ao telefone pedindo votos para os parlamentares. O presidente da Câmara aposta nas dissidências de PSDB e PMDB para derrotar Chinaglia.

Terceira via

Desde o racha no PSDB, passou a interessar para Aldo o lançamento de uma terceira candidatura, para tirar votos do petista e forçar um segundo turno.

Aliados do presidente da Câmara e o grupo de deputados de PV, PPS e PSB que quer um nome alternativo aos atuais candidatos trocaram telefonemas nos últimos dias para discutir como aproveitar a divisão entre os tucanos para desgastar a candidatura do petista.

Nas conversas, analisaram que o repúdio de lideranças tucanas (como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o presidente do partido, Tasso Jereissati) ao apoio da bancada a Chinaglia deu fôlego não só para Aldo como também para a candidatura alternativa, vista dentro da Câmara, até o momento, muito mais como uma tentativa de marcar posição do que para vencer a disputa.

A terceira via deve anunciar nesta terça-feira (16) o nome do candidato para disputar com Aldo e Chinaglia a eleição marcada para primeiro de fevereiro. O favorito é o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que impôs algumas condições para assumir a missão.

Regimento

O regimento da Câmara e a Constituição dizem que a eleição dos cargos na mesa diretora deve respeitar a proporcionalidade das bancadas, ou seja, o partido com o maior número de deputados tem o direito de indicar o presidente da Câmara. Como o PMDB, maior bancada, não pensa nisso, o PT, a segunda maior, reivindica o posto.

Entretanto, o regimento permite que outras candidaturas sejam lançadas em plenário, o que abre caminho para que candidatos de partidos que não têm grandes bancadas possam concorrer na eleição marcada para primeiro de fevereiro.

Presidência

A presidência da Câmara é sempre o cargo mais cobiçado da Casa, principalmente pela base do governo. Como diz um antigo funcionário da Câmara, "nada se faz e se anda sem o presidente".

Apesar de ouvir os líderes partidários, o presidente da Câmara tem, por exemplo, a prerrogativa de definir a pauta de votações, comandar e gerenciar as sessões de plenário e, o principal para um governo: decide se aceita ou arquiva representações que pedem o "impeachment" do presidente da República.