Debate vira problema na TV Câmara

A preocupação em dar transparência à escolha do novo presidente da Câmara fez a Mesa Diretora decidir que na terça-feira, às 20h30, será realizado um debate entre os candidatos com transmissão ao vivo pela TV Câmara. A proposta é boa, mas os responsáveis por tirá-la do mundo das idéias e colocá-la no ar acham que a missão de fazer um debate democrático e com a participação de todos os inscritos é praticamente impossível. Consideram inviável um debate com mais de oito candidatos. Como, até agora, quatro deputados já registraram suas candidaturas e outros cinco prometem fazê-lo nas próximas horas, o debate nos moldes que foi imaginado já estaria comprometido. Com mais de oito candidatos, o jeito seria limitar o número de participantes, mas, nesse caso, como decidir quem teria direito a um lugar no debate.

Samba do governo doido

O presidente em exercício da Câmara, José Thomaz Nonô (PFL-AL), aproveita os dias de mandato tampão para mostrar serviço. Foram marcadas sessões deliberativas hoje e amanhã com o objetivo de limpar a pauta do plenário antes da eleição do novo presidente.

Desafio

A pauta está trancada por cinco medidas provisórias. Entre elas, a polêmica MP 258 que cria a Receita Federal do Brasil, a chamada Super-Receita. A MP recebeu 522 emendas e colocá-la em votação não vai ser nada fácil.

Esforço duvidoso

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tenta votar amanhã a minirreforma eleitoral. Para valer no ano que vem, as regras ainda têm de passar até a próxima sexta-feira pelo plenário.

No meio do caminho

Amanhã também a CCJ vai analisar o recurso do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) questionando a possibilidade de um integrante da Mesa Diretora concorrer na eleição para a presidência da Câmara sem renunciar ao cargo atual.

Na mira

Se o questionamento de Cunha for considerado procedente, os deputados João Caldas, José Thomaz Nonô e Ciro Nogueira terão de renunciar aos seus cargos para disputar a presidência.

Perguntinha

Será que a candidatura Aldo Rebello vai mesmo decolar?

Cada um na sua

O governo, pelo jeito, está cumprindo a promessa de não interferir na sucessão na Câmara. No final de semana, enquanto Aldo Rebelo (PCdoB-AL), candidato do governo, trabalhava em Brasília por sua candidatura, o ministro da Articulação Política, Jaques Wagner, estava em Salvador.

Pausa pelo timão

O deputado Luiz Antônio Fleury Filho, candidato do PTB à presidência da Câmara, passou o dia em reuniões ontem em Brasília. Só parou às 16h, quando o Corinthians entrou em campo para enfrentar o Flamengo.

Lembrar é viver

No ano passado, os petistas José Eduardo Cardozo e Paulo Delgado, tidos como independentes demais para representar o governo na disputa pela presidência da Câmara, subiram à tribuna da Casa para falar contra a reeleição de João Paulo Cunha.

Esticando a corda

O líder do PT no Senado, Delcídio Amaral (MS), pretende anunciar se fica ou sai do partido apenas no dia 30 de setembro, quando acaba o prazo para mudança de legenda para quem quer concorrer em 2006.

Agenda

Os líderes de partidos assumiram o compromisso de indicar até amanhã os nomes dos relatores setoriais da lei orçamentária. O relator, deputado Carlito Merss (PT-SC), tem pressa. Ele quer ver o orçamento votado até 15 de dezembro para passar as festas de fim de ano em casa com a família.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) entende cada vez menos a lógica política do governo. Na última quinta, deixou Brasília após conversar com Beto Albuquerque (PSB-RS), que lhe pediu ajuda na campanha para a presidência da Casa.

Seis horas depois, ao chegar em Juiz de Fora, sua esposa pergunta.

– O PSB vai apoiar o candidato do governo, o Aldo?

– Que Aldo? Vamos apoiar o Beto. E o candidato do governo é o Chinaglia – respondeu.

– Era. O Chinaglia desistiu e o Beto também.

Delgado dormiu sem entender nada.Jogo Rápido