Decisão caberá ao presidente

Aug 21 2009
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Zero Hora (ONline) – Porto Alegre, 21/8/209

Surpreendido pelo anúncio do Piratini de renunciar à administração das rodovias federais concedidas ao Estado, o Ministério dos Transportes reagiu à decisão de Yeda Crusius com uma lacônica nota oficial.

Em três linhas, a assessoria do ministro Alfredo Nascimento se limitou a afirmar que ele só ira se manifestar após um estudo da documentação enviada pelo governo do Estado.

Nos bastidores, líderes do governo federal classificaram a devolução como uma retaliação ao veto do Palácio do Planalto à prorrogação dos contratos de pedágio prevista no Duplica RS. Em 10 de dezembro, o ministério havia negado anuência a um pedido para que as concessões fossem estendidas por mais 15 anos, sem novas licitações.

– Ficou claro que a governadora está querendo dar o troco – avalia um interlocutor do Planalto.

Localizado por Zero Hora em Manaus (AM), Nascimento não quis se manifestar. A documentação será analisada nos próximos dias. Um relatório com as conclusões será encaminhado à Casa Civil, e a decisão final ficará a cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A situação gaúcha é considerada peculiar por envolver uma suposta dívida de mais de R$ 1,7 bilhão que as concessionárias estão cobrando na Justiça do Estado.

Para o ex-secretário estadual dos Transportes, deputado Beto Albuquerque (PSB), o ato da governadora é legal, e o ministério não tem outra alternativa a não ser retomar a gestão sobre as rodovias. De acordo com Albuquerque, que no governo Olívio Dutra (1999-2002) já havia devolvido o controle sobre 1,4 mil quilômetros de estradas federais no Estado, a dívida cobrada pelas empresas deve ser auditada.

fabio.schaffner@gruporbs.com.br

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