Deputado do PFL cresce na disputa pelo lugar de Se
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ReutersReuter, 20/09/2005
Deputado do PFL cresce na disputa pelo lugar de Severino
BRASÍLIA (Reuters) – A oposição ficou animada com o crescimento do deputado José Thomaz Nonô (PFL-BA) na corrida para substituir Severino Cavalcanti (PP-PE) no comando da Câmara. Até agora, o cenário era mais favorável ao presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
A opção pelo pefelista guarda uma vantagem: a de negociar o apoio de um partido que queira assumir a primeira vice-presidência da Casa, vaga atualmente ocupada por ele.
Com essa costura, PSDB e PFL poderiam atrair algum partido da base aliada, PTB, PP ou PL, e eleger um de seus nomes para substituir Nonô.
O acordo evitaria que o PMDB de Temer abocanhasse uma fatia grande de poder a pouco mais de um ano das eleições de 2006. O partido já comanda o Senado, com Renan Calheiros (AL), e pode atrair a filiação do vice-presidente José Alencar, hoje sem legenda. Além disso, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, era filiado ao partido até assumir uma vaga no STF. Com a presidência da Câmara, o PMDB teria, na prática, todos os cargos da linha sucessória da República.
"Entre o Nonô e o Michel, nós ficamos com o Nonô", afirmou o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ). A união entre PFL e PSDB já leva em conta uma aliança nacional no ano que vem.
Como o cenário político é de um governo enfraquecido no Congresso, com fortes vetos a candidatos petistas, a oposição acabou saindo na frente e se articulando primeiro. O PT, por outro lado, está longe de escolher um nome viável dentro da bancada e, mais uma vez, pode perder a oportunidade ficar com o lugar de Severino.
Enquanto o PT não se decide, a própria base aliada lança nomes à disputa. Nesta tarde, o PTB indicou o deputado Luiz Antônio Fleury Filho (SP) e o PSB está prestes a apresentar um candidato próprio. O mais cotado é o deputado Beto Albuquerque (RS), vice-líder do governo, que nesta terça já panfletava no salão verde da Câmara.
"Excluir o PT da Mesa é um desrespeito à democracia e àqueles que nos escolheram como maior bancada", afirmou o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), pedindo que a liturgia da sucessão seja respeitada. Pela tradição, o partido de maior bancada, hoje o PT, tem o direito à presidência.
A largada oficial da sucessão será dada assim que Severino Cavalcanti anunciar sua renúncia, marcada para o final da tarde desta quarta-feira.
(Por Natuza Nery)