Descompasso
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O Nacional – Passo FundoO Nacional – Passo Fundo, 19/10/2006
Descompasso
Em visita a ON na tarde de ontem, Beto falou que, politicamente, o Rio Grande do Sul tem dado sempre um passo diferente do que o passo do Brasil. Acompanhado por companheiros de partido, Marcos Cittolin e capitão Zambonatto, ele falou ainda sobre sua reeleição, suas realizações e sobre o segundo turno
Ana Luisa do Nascimento
Reeleito deputado federal, Beto Albuquerque (PSB) afirmou grande satisfação ao conquistar a quinta votação do estado, quase 175 mil votos. "Fico orgulhoso de ser um passo-fundense que tenha conquistado mais uma vaga e vou procurar repetir o êxito dos outros mandatos, com determinação, com vínculo regional, com visão abrangente de construção de resultados, porque a política só tem sentido quando ela transforma a vida das pessoas e atinge resultados concretos. A política, para mim, é argumento e realização. Quando ela é só argumento, sem realização, vira conversa fiada."
Beto revelou que essa foi uma campanha difícil, um desafio para o PSB, mas que o partido fez um esforço em todo o Brasil para superar a cláusula de barreira. O PSB é um dos sete partidos que venceu, atingindo 6,13% do eleitorado brasileiro para deputado federal. "No Rio Grande do Sul, ao decidir por chapa própria para o governo do estado, somou um esforço positivo, contribuindo para a totalização nacional", contou.
Votação em Passo Fundo
"Estamos prontos para ajudar nessa batalha do segundo turno e eu, particularmente, pronto para assumir o terceiro mandato. Sou muito grato a Passo Fundo que mais uma vez contribuiu com uma boa votação", comemorou. No município, essa foi a maior votação que o deputado fez em todas as eleições que disputou, 24 mil votos. Questionado se esperava por mais votos respondeu, "a gente sempre espera mais votos. Eu considero que o voto não deve ser uma opção de última hora e sim uma manifestação de relação do eleitor com o eleito. Nessa eleição muitos se definiram na última hora e neste caso, muitas vezes, não são levadas em consideração as coisas que aconteceram antes".
Resultados
Ele disse que, independente dos votos, o que importa é o que foi feito pela sua cidade. "Tudo que fiz foi pensando em melhorar a qualidade de vida dos passo-fundenses. Apoiamos a administração Dipp e assim viabilizamos projetos importantes para a cidade. O primeiro financiamento do BNDES para uma usina biodiesel, trouxemos para cá. Isso significa que tivemos força política dentro do governo para mostrar isso. Hoje a BSBios é uma realidade que foi articulada pelo Cittolin, quando era secretário municipal de Desenvolvimento."
Ele citou que conseguiu para a cidade um dos 32 centros federais de ensino tecnológico, que inicia com turmas já no ano que vem.
Também é fruto de seu trabalho como deputado, a informatização das 12 principais escolas municipais. Os recursos foram colocados no Orçamento através de emenda parlamentar.
Capital Nacional de Literatura
Entre os resultados de sua atuação parlamentar, Beto disse se orgulhar muito de ter feito uma lei que elevou Passo Fundo à categoria de Capital Nacional da Literatura. "O que precisamos agora é saber aproveitar esse título. Como cidade é necessário compreender Passo Fundo com um alto potencial de turismo cultural. Não podemos ser a Capital Nacional de Literatura só quando fazemos as jornadas. Temos que ser capital nacional todos os dias".
O deputado destacou que o projeto Portal das Linguagens, pensado por Tania Rösing juntamente com a Universidade de Passo Fundo, é ousado. Para o próximo ano, ele revelou que devem ser liberados os primeiros R$ 800 mil, que darão a Passo Fundo uma série de locais, para que as pessoas que moram aqui e para as que passam pela cidade possam dialogar com essa vocação de capital literária.
Parque temático na Gare
Através da Câmara, o deputado federal conseguiu destinar R$ 50 mil para a reforma da biblioteca de municipal. No entanto, ele explicou que há nos planos da prefeitura um outro projeto. "O prefeito Dipp me sugeriu que usássemos aquele recurso para fazer a reforma de um outro parque temático histórico, que é a Gare. Para a biblioteca, a prefeitura pensa em um outro local, muito mais amplo, acessível e funcional."
Segundo turno
Para Beto, o segundo turno é uma outra eleição. Zeraram os cronômetros do primeiro turno, a disputa nacional e estadual já deu largada e obviamente o PSB está apoiando Lula e Olívio, porque fazem parte de uma visão de sociedade da qual o partido comunga. O PSB está no governo de Lula e particularmente manteve-se fiel, embora não tenha deixado de votar pela cassação de todos aqueles que se envolveram com inúmeros fatos lamentáveis e reprováveis que a política brasileira apresentou nos últimos dois anos.
Questionado sobre a expectativa para o segundo turno, tendo em vista à série de escândalos de corrupção que envolveu o PT, Beto explicou que "houve um conjunto de crimes cometidos não pelo PT, mas por integrantes do partido. Evidentemente, que alguns desses integrantes não tinham o direito pela sua história e pela sua luta de terem cometido essas atitudes".
Segundo o deputado, o governo Lula é de realizações, mas que "subsumiram" nesse mar notícias ruins de mau comportamento e de cometimento de algumas lideranças.
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Segundo o deputado federal reeleito, o Rio Grande do Sul tem sempre dado um passo diferente do que o passo que o Brasil dá. "Isso tem sido uma tradição. Eu, que apóio a candidatura de Olívio, esperava, e espero, que talvez pela primeira vez na história, experimentássemos uma relação de sintonia. Só pudemos presenciar até hoje o contraponto entre uma posição política no Rio Grande do Sul e outra em nível federal."
Justificando, Beto explicou que a crise do Estado é tão profunda e dramática que às vezes parece que a escolha de ficar nesse contraponto é apenas para poder escolher alguém que seja designado como culpado mais tarde pelos fracassos.