Desconfiados, corintianos do Congresso falam em milagre
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Jornal O Globo, 1/12/2007Não reside exatamente no desempenho do Corinthians a esperança dos
representantes da nação alvinegra no Congresso Nacional, ansiosos por
participar da primeira divisão do campeonato brasileiro de 2008.
Deputados e senadores, sem exceção, tratam como 'milagre' ou, no mínimo,
'ato de bravura' uma vitória sobre o Grêmio, domingo (2), no estádio
Olímpico. Todos esperam que o arqui-rival do Grêmio, o Internacional, faça o
serviço e vença o Goiás, no Serra Dourada, para que o clube não caia para a
'segundona'.
"Como nós vivemos em um país com profundo espírito religioso, pertence ao
campo dos milagres a permanência do Corinthians na primeira divisão. Eu,
particularmente, acho que Corinthians e Goiás merecem cair para a segunda
divisão", admite ao G1, frustrado, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP).
Para ele, 'meio a zero' contra o Grêmio está 'mais do que bom'. O deputado
esclarece que o Corinthians merece cair, não por culpa dos jogadores, mas
sim pela incompetência dos dirigentes e dos técnicos que passaram pelo timão
em 2007.
Chinaglia não é o único pessimista entre os corintianos do Congresso. Bem
pelo contrário.
O deputado Silvio Torres (PSDB-SP), um dos autores do requerimento de
criação da CPI do Corinthians – frustrada pela falta de apoio -, disse que
as chances do time do coração caíram muito, após a derrota em pleno Pacaembu
contra o Vasco, na última quarta (28). "É muito triste. Em Porto Alegre vai
ser muito difícil. Depende mais do Goiás do que do Corinthians", aposta.
Silvio Torres espera que o time vá ao Olímpico em busca de um empate.
Mais ilustre torcedor do time, o presidente Lula afirmou na quinta-feira
(29), no Rio, ao comentar a derrota corintiana para o Vasco por 1 a 0, no
dia anterior, em São Paulo, que "o Corinthians está colhendo o que plantou".
No radinho
Quem está sem dormir pela crise no parque São Jorge é o conselheiro do clube
José Genoíno (PT-SP). No domingo, a TV ficará desligada diante de tamanha
apreensão.
"Tô sofrendo muito. De vez em quando, vou dar uma escutada no rádio. Não tem
como arriscar resultado. O que posso dizer é que com o Corinthians tudo é
possível. Desde perder para o Vasco em casa como ganhar do Grêmio em Porto
Alegre", disse.
O petista torcerá, e muito, por uma vitória do Inter contra o Goiás. "Sempre
tive simpatia pelo Inter", confidencia.
Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) confia num esquema tático montado sobre o
fator sorte. "Acho que a sorte vai ajudar. Não sei se o Corinthians ganha,
mas o Goiás perde. Acredito, no entanto, que é mais fácil ganhar no Olímpico
do que no Pacaembu. Lá, jogo nervoso sempre é ruim para nós", analisa o
supersticioso senador, que trata o possível resultado de 1×0 como uma
verdadeira goleada.
Inimigos
Quem se diverte de verdade são os inimigos do Corinthians, dentro e fora de
São Paulo.
Vice-campeão em 2005, numa campanha repleta de polêmica, o Inter, logo ele,
criou uma rivalidade toda especial com o clube paulista. Conselheiro do
time, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) admite que não seria ´nada ruim´
a queda do alvinegro, mas garante que o colorado não fará corpo mole diante
do Goiás.
"O Inter deve fazer o papel dele. Não é papel de um grande clube pensar
nesse ou naquele time. Mas acredito que o Corinthians caminha em passos
largos na direção do calvário, o que seria muito bom", ataca.
Risonho e cheio de malícia está o são-paulino Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP). "Torci muito pelo Vasco. Vamos ver se o Grêmio dá uma forcinha",
brinca.
Pelo menos, uma situação parece inevitável aos corintianos, são-paulinos e
colorados: todos estarão atentos aos resultados da última rodada do
"Brasileirão", e ficarão eufóricos ou decepcionados depois do apito final
dos jogos em Porto Alegre e em Goiânia.