Deputado Beto Albuquerque iniciou agenda pelo interior do Estado ontem para ouvir reivindicações dos conselhos de desenvolvimento. Para Passo Fundo, uma das principais demandas é a duplicação da BR-285
O plenário da Câmara de Vereadores de Passo Fundo esteve lotado ontem pela manhã para o primeiro debate “Desenvolvimento Regional: assim o Rio Grande vai decolar de novo” e uma das principais demandas apresentadas por Passo fundo é a duplicação da BR-285. O deputado federal Beto Albuquerque (PSB) foi o promotor do evento, que acontece em outras cidades gaúchas. Segundo ele, a reforma na estrada está incluída como uma das 25 emendas da bancada gaúcha. O projeto foi estudado pelo Dnit e a idéia é abrir licitação ainda no primeiro semestre, visando coibir a mortalidade no trecho entre a Vera Cruz e a UPF. “A estrada é longa, vem de Vacaria e vai até São Borja. Temos vários locais considerados pontos conflagrados em perímetros urbanos e que precisam de remodelação. Passo Fundo tem um projeto, mas Ijuí também tem e a nossa idéia é fazer os orçamentos para atender depois todos os municípios que possuem interface urbana com a BR-285, acabando com os acidentes”, disse. A obra será paga pelo Governo Federal e deve custar aproximadamente R$ 12 milhões para fazer paralelas e interseções. Outra reforma em infraestrutura defendida pelo deputado é a transbrasiliana, proporcionando o desenvolvimento dos municípios localizados nas redondezas e melhorando o tráfego de que atravessa o país.
Sobre a interiorização, o deputado disse que acredita ser esse o caminho para a retomada do desenvolvimento do Estado. Por ser um dos pré-candidatos ao Governo do Estado, Beto saiu em críticas à governadora. “Vivemos em conflito, precisamos de uma política gaúcha sem drama, sem violência verbal. Isso só prejudica nossa imagem e desenvolvimento”, afirmou. Na visão do parlamentar, há muitos temas em que não se consegue ficar do mesmo lado por falta de diálogo. Ele defende a união das regiões para propiciar um desenvolvimento integrado, não apenas de alguns pontos específicos. “Por isso nem colocamos mais nomes na política nacional. Há no interior boas lideranças e boas idéias, acredito que interagindo com todas as regiões, conseguirei uma discussão mais rica. Os Coredes estão o tempo todo interagindo com a sociedade e possuem diagnósticos mais precisos das necessidades e potencialidades”, diz.
O presidente da Acisa, Dimas Froner, destacou a união da região em prol do desenvolvimento. “Não se fala mais em Passo fundo, mas na região. As cidades estão diretamente ligadas, por um motivo ou por outro”, afirmou. Ele também defendeu a autonomia dos estados na utilização dos recursos arrecadados e disse que este é um sonho dos governantes, beneficiando várias classes da população.
Representando a região, falou o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento, Eduardo Finamore. Ele apresentou as potencialidades na região da produção como um eixo central e motor da região funcional. Ele citou o exemplo de Minas Gerais, que possui cadeias produtivas generalizadas, com redes formadas por grandes empresas e o ápice do observatório econômico. “A ferrovia deve ser o marco e antes se pensava que seria o último passo do progresso, agora é o que está sendo desenvolvimento mais rapidamente, com inclusão na rota da Ferrosul”, disse. Finamore defende a modificação nos trilhos do trem que passam pela região, propiciando a ligação entre os quatro estados do país e ainda o Rio Grande ao centro econômico do Mercosul.
Elmar Floss, presidente do Conselho de Desenvolvimento, apresentou as principais demandas incluídas no planejamento estratégico 2010/2020, visando a qualidade de vida de Passo Fundo. Para o agronegócio, o Conselho aposta na diversificação e apoio a eventos como Fenafrango, Agrotecnoleite e Expodireto. Na educação, a meta é melhorar os índices da Prova Brasil e fornecer mais vagas em escolas e creches. No que se refere ao saneamento básico, o Conselho deseja que o novo contrato do município com a Corsan estabeleça o tratamento de 80% do esgoto que circula pela cidade.
Quando o assunto é Ciência e Tecnologia, as prioridades são a criação do Conselho Municipal de Ciência e tecnologia e o apoio ao Parque Tecnológico e Científico do Planalto Médio. Entre outras metas, destacam-se o resgate ao Projeto Passo Fundo Tche e a remodelação da biblioteca pública municipal.
Politicamente falando
Beto é um dos pré-candidatos ao governo do estado e está com articulações intensificadas principalmente com o PP. O encontro de Passo Fundo é o pontapé inicial para obtenção de um diagnóstico do interior do estado sobre as demandas de cada região. Isso deve servir de base para a campanha eleitoral. “Estou convicto de que o Rio Grande pode crescer se puder dialogar por inteiro, se tiver capacidade de interiorizar. Essas ações servirão para orientar meu mandato e ainda para pautar a discussão de 2010, acho isso muito oportuno. Isso tudo faz parte da minha caminhada fazendo um trabalho político no estado”, explica. Beto se diz pré-candidato, mas garante que não está atrás de um projeto pessoal e sim de um acordo coletivo de construir uma idéia e juntar partidos, mesmo com pensamentos diferentes. Ele cita as negociações com PP, PPS, PCdoB, PTB, PR, PSC, PTdoB e PV. “Não seremos apenas uma terceira via, mas sim uma frente ampla. Nesse momento sou 100% pré-candidato ao governo. Vejo a candidatura a reeleição da governadora inviável em função dos seus erros políticos”, concluiu.
