Eduardo tenta ampliar espaço na equipe de Lula

Feb 22 2007
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Jornal do Commércio – Rio de Janeiro, RJ – 22/2/2007

Na condição de presidente nacional do PSB, governador vai hoje a Brasília para um encontro com Lula no qual tentará garantir uma maior participação dos socialistas no futuro ministério

Embora pregue o discurso de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem “total liberdade” para montar sua equipe, o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos, não abrirá mão de manter pelo menos os dois ministérios que a legenda socialista já ocupa desde o primeiro mandato petista. Hoje, às 11h, Eduardo se reúne com Lula, no Palácio do Planalto, para definir a cota do PSB e comunicar as expectativas do partido para o segundo governo.

O presidente já garantiu que manterá o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende (PSB), por indicação do próprio Eduardo. O nó a ser desatado, contudo, está alojado na pasta da Integração Nacional, ocupada atualmente por um técnico, Pedro Brito, ex-secretário-executivo do ministério na gestão do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). O PSB não faz questão de manter Brito, mas quer outro socialista na vaga. O presidente, por sua vez, prometeu o ministério ao PMDB, que deve indicar o deputado neogovernista Geddel Vieira Lima (BA).

A favor do PSB há vários fatores. Afora o prestígio de Eduardo com Lula, o partido é aliado histórico e de primeira hora do presidente, “até nas horas difíceis” – conforme o governador faz questão de frisar. A legenda também saiu fortalecida desta última eleição e começa, assim, mais poderosa na nova legislatura. Outro argumento favorável é o de que a Integração Nacional interessa sobretudo ao Nordeste, região em que o PSB elegeu três governadores: Eduardo, Cid Gomes (Ceará) e Vilma Faria (Rio Grande do Norte). O PMDB não emplacou nenhum e mesmo assim estão previstos quatro ministérios para o partido.

No contexto da reforma ministerial, o PSB poderá ganhar um novo filiado. O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, deve trocar o PTB pela sigla socialista. Assim, Lula não mexeria na cota do partido no primeiro escalão. Além de dois ministérios, o PSB pode manter a liderança do governo na Câmara, ocupada por Beto Albuquerque (RS). O gaúcho disputa a vaga com o pernambucano José Múcio (PTB).

Hoje, Lula também receberá a direção do PCdoB, que deve manter o Ministério dos Esportes, uma vez que perdeu a oportunidade de ampliar espaço, com a recusa do ex-presidente da Câmara, Aldo Rebelo, em ocupar o Ministério da Defesa