Eleições Municipais – Beto quer governo de esquerda, com jeito novo
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Jornal do Comércio
Jornal do Comércio, 09/02/2004
Eleições Municipais – Beto quer governo de esquerda, com jeito novo
“Falando de pontos estratégicos o entrevistado desta edição, Beto Albuquerque, diz que se prepara para disputar o pleito municipal reconhecendo os avanços conseguidos pelo governo da Frente Popular. Beto terá como tema de campanha “Porto Alegre Melhor”, em reconhecimento aos 16 anos de trabalho do PT, “mas com a clareza de que o próximo prefeito terá que enfrentar grandes desafios”.
O deputado federal Beto Albuquerque diz que enfrentará a disputa pela prefeitura de Porto Alegre com uma campanha sintonizada com os projetos do governo federal. Beto é um dos líderes do governo Lula na Câmara e acredita que esse será um dos fatores que o levará a disputa do segundo turno na capital gaúcha. “Nessa primeira fase da campanha minha dedicação vai ser para chegar ao segundo turno onde então empenharei toda minha força para vencer o pleito municipal”, garante. Com relação ao governo do estado, Beto defende a manutenção de um relacionamento cordial e construtivo, mas afirma que não se furtará ao debate no momento necessário. ”Minha campanha vai se propositiva e não vou fugir do debate, mas quero olhar para a frente”.
O primeiro grande desafio que o candidato socialista pretende enfrentar é o de avançar num campo que será a bandeira do PT – O Orçamento Participativo. A contribuição que Beto pretende trazer para o projeto já foi implantada no Amapá – estado governado pelo PSB, na gestão do socialista João Capiberibe. “É um programa on-line de transparência do dinheiro público”, adianta.
Segundo o parlamentar o sistema vai dar um “plus” a mais para a iniciativa petista. ”Esse programa vai fazer mais do que colher desejos da população. Ele vai mostrar onde e como o governo gastou”, explica. “É um sistema onde a população tem possibilidade de entrar efetivamente na administração monitorando todos os passos financeiros do governo aumentando a transparência”, complementa. O acompanhamento das contas públicas é um direito da população já previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Do governo federal Beto quer importar outra iniciativa. A criação de uma secretaria especial de políticas para as mulheres. “Essa é uma secretaria que já deveria ter sido criada, até pelo pioneirismo do Rio Grande do Sul em se tratando de políticas públicas”. Nessa nova secretaria o deputado quer ancorar políticas de inclusão social, proteção da mulher, da criança e do adolescente, entre outras.
Mesmo com algumas proposições já definidas, o pré-candidato admite que deverá ainda definir uma política de desenvolvimento econômico e de geração de trabalho e renda. “Ainda não tenho isso como algo claro porque é um projeto de extrema importância e que precisa de um trabalho muito detalhado”. No entanto o político entende que Porto Alegre perdeu a sede de grandes empresas por conta de uma política fiscal com altos impostos. “Temos que rever esse fator. Precisamos de uma política com equilíbrio fiscal, mas capaz de criar empresas e empregos”, admite.
Como projeto, o pré-candidato também planeja incentivar a área rural do município para a produção de produtos orgânicos para posteriormente serem usados na merenda das escola municipais e na implementação das refeições servidas nos restaurantes populares que também pretende ampliar.
Na questão habitacional Beto terá que enfrentar o desafio de triplicar o número de casa construídas nos 16 anos da administração do PT. “Não me conformo que em tantos anos de uma administração de esquerda ainda tenhamos problemas graves de habitação, especialmente um número crescente de moradores de rua“, diz.
Perfil
Natural de Passo Fundo, Luiz Roberto de Albuquerque é o candidato mais novo na disputa pela prefeitura de Porto Alegre. Formado em Direito, iniciou sua militância política como presidente acadêmico. Em 1990, elegeu-se pela primeira vez deputado estadual no Rio Grande do Sul pelo PSB e foi reeleito, em 1994. Em 1998, foi eleito deputado federal, e posteriormente, exerceu o cargo de Secretário Estadual dos Transportes no Governo Olívio Dutra. Em 2002, foi reeleito para mais um mandato. No PSB é vice-presidente nacional do partido e foi presidente do diretório estadual. Atualmente é vice-líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados.
Por Gisele Ortolan