Elite da Câmara tem deputado de 27 anos
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DCI – São Paulo,SP – 21/02/2007
Por Eduardo Bresciani
No dia 1º de fevereiro, 513 deputados federais tomaram posse na Câmara. Passado menos de um mês de legislatura, cerca de 10% deles já podem ser considerados membros da elite da Casa. São os 50 parlamentares que se elegeram para cargos da mesa-diretora, presidências das comissões permanentes ou lideranças e vice-lideranças dos partidos. Esses deputados contam agora com uma equipe extra de assessores, ganham mais espaço no noticiário e passam a ter mais poder para influir nas decisões da Câmara.
A divisão partidária desses membros da elite é quase fiel à composição da Casa. Levando apenas os 11 cargos na mesa-diretora e os 20 na presidência das comissões, o PMDB tem cinco representantes, PT e PSDB quatro, PFL e PP três, PTB, PR, PSB, PDT, PPS e PSC tem dois e o PCdoB apenas um. A grande distorção é o PSC, que elegeu apenas nove deputados. O partido conquistou uma vaga na mesa e a presidência de uma comissão por ter participado do megabloco que ajudou a levar Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Casa. O PSC acabou levando vagas que deveriam ser de PV ou PC do B, que elegeram 13 deputados cada.
Os 50 parlamentares deste grupo de destaque representam 22 estados diferentes. Apenas Acre, Amapá, Distrito Federal, Tocantins e Rondônia não conseguiram emplacar nenhum nome na lista. São Paulo lidera a seleção com nove nomes. Além do presidente da Câmara, o estado conta ainda com o líder do maior partido de oposição, Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) e o líder do bloco de esquerda, que soma 70 deputados, Márcio França (PSB).
Atrás dos paulistas estão os cariocas e os gaúchos, com seis representantes cada. Entre os parlamentares do Rio de Janeiro os destaques são o líder do PT, Luiz Sérgio, e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Leonardo Picciani.
A bancada gaúcha comanda hoje os dois cargos de liderança mais cobiçados, o do governo e o da minoria. Beto Albuquerque (PSB) assumiu a representação do Palácio do Planalto na Câmara após a eleição de Chinaglia e trabalha para conseguir se manter no cargo, que é cobiçado também pelo pernambucano José Múcio Monteiro (PTB). Na minoria, Júlio Redecker (PSDB) tem mandato de um ano. Os gaúchos também emplacaram o líder do PFL, Onyx Lorenzoni.
Segundo maior colégio eleitoral, Minas Gerais está sub-representada na elite, com quatro nomes entre os 50 cargos mais importantes. Na bancada mineira o destaque é o petista Virgílio Guimarães, que volta aos holofotes após ter fracassado na tentativa de chegar à presidência da Casa em 2005 na eleição que acabou com a vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE). Guimarães comandará a Comissão de Finanças e Tributação, a segunda em importância. Outro expoente de Minas Gerais é o vice-presidente da Câmara, Nárcio Rodrigues (PSDB), afilhado político do governador tucano Aécio Neves.
Os baianos também têm quatro parlamentares nos principais cargos. Os mais influentes são Mário Negromonte, líder do PP, e Antonio Carlos Magalhães Neto, vice-líder do PFL que sucederá Lorenzoni no próximo ano.
Estados com pouca expressão nacional também conseguiram emplacar representantes em cargos importantes. O maior exemplo é o Rio Grande do Norte, de onde vem o líder da maior bancada da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB). Ele é um exemplo de parlamentares que trabalharam durante muito tempo para ocupar um lugar de destaque. Alves está agora em seu décimo mandato na Câmara.
No entanto, a regra da experiência tem suas exceções. Márcio França, por exemplo, está em sua primeira legislatura e comanda um bloco com figuras de expressão nacional como os ex-ministros Ciro Gomes (PSB-CE) e Miro Teixeira (PDT-RJ) e o ex-presidente da Casa Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Outro exemplo é Leonardo Picciani: com apenas 27 anos, ele está à frente da comissão mais importante da Casa. Sua indicação para a CCJ foi muito contestada justamente pela inexperiência. Picciani atribui as críticas ao preconceito contra os jovens. “É assim no mercado de trabalho também”, afirma.