Em busca de aliados, Fogaça assedia o PP
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Política – ZERO HORA
Quarta-feira, 17/02/2010
Embora com dificuldades, prefeito vai se reunir na terça-feira com líderes progressistas para tentar apoio que esvaziaria palanque da governadora
Um encontro entre PMDB e PP está marcado para terça-feira. A reunião, com a presença de Fogaça, será o primeiro gesto explícito de interesse do prefeito. Há cerca de 10 dias, o pré-candidato tratou de convidar líderes do PP para uma conversa.
Fogaça tenta atrair alas progressistas que veem como arriscada a estratégia de apoiar Yeda, cujo desgaste no governo é sentido pela rejeição elevada em pesquisas de opinião. Com os movimentos do prefeito, o PP voltou a se sentir valorizado no cenário eleitoral. Nas últimas semanas, PT e PMDB – partidos que hoje têm as candidaturas mais competitivas, segundo as pesquisas – estavam concentrados nas negociações com PDT e PTB.
Nas ofensivas, Fogaça falou com líderes como o ex-ministro Francisco Turra, que é visto como um entusiasta da candidatura do deputado federal Beto Albuquerque (PSB), seu sobrinho. Turra defende que o partido tenha condições de escolher “o terreno mais fértil”. O ex-ministro disse a Fogaça que há espaço para um candidato de perfil “agregador e pacificador” como o do prefeito, mas que vê dificuldades para a aliança. Uma delas, seria a tendência de o peemedebista dar ao PDT o espaço de vice na chapa.
– Para Fogaça, seria muito confortável se tivesse apoio natural do PDT e, abraçado a isso, o PP, o que é impossível para nós – afirma Turra.
O PP está dividido. A opção por Beto é vista como alternativa para oxigenar o partido, desvinculando-o de posições tradicionais, e para se distanciar de polêmicas provocadas por escândalos. Esta será a primeira eleição estadual depois de líderes do PP terem sido vinculados pela Operação Rodin a suspeitas de fraude no Detran.
Como o Palácio Piratini vive um período de estabilidade administrativa e não surgiram mais novidades em investigações envolvendo o governo, a possibilidade de o PP apoiar Yeda cresceu internamente. Secretários e ex-secretários da tucana, como Celso Bernardi, também vice-presidente do PP, afirmam ser difícil defender outra candidatura uma vez que o partido é parte ativa no governo Yeda.
– Vamos pagar um pouco do desgaste, mas acreditamos que Yeda será uma candidata competitiva – afirma Bernardi.
Os caminhos progressistas
Com 149 prefeitos, 120 vices e 1.177 vereadores no Estado, o PP hoje se divide entre três possibilidades de apoio:
Yeda Crusius (PSDB)
– O que aproxima
Participação no governo – Além de cargos no primeiro e segundo escalões, o PP exerceu funções-chave, como a liderança do governo na Assembleia, e se aproximou ainda mais com a nomeação de Otomar Vivian para a Casa Civil.
Conjuntura nacional – Apesar de fazer parte do governo Lula, o PP no Estado tem identificação com o PSDB nacional.
Indicação do vice – O PP teria condição de indicar o vice.
– O que afasta
Rejeição – Apesar de se autodenominar um partido fiel a Yeda, o PP mede os riscos de desgaste ao se aliar à tucana, que apresenta índices elevados de rejeição.
Coligação de deputados – Além do vice e de uma vaga na chapa para o Senado, o PP insiste em uma coligação proporcional para deputado estadual e federal, mas pré-candidatos do PSDB resistem.
Beto (PSB)
– O que aproxima
Peso da novidade – Em pesquisas contratadas pela sigla, o PP verificou a simpatia de eleitores por uma via alternativa. Alas do PP enxergam em Beto a possibilidade de vincular o partido – que participou dos governos de Antônio Britto, Germano Rigotto e Yeda – à imagem do novo.
– O que afasta
Pouca musculatura – As dificuldades de Beto para formar alianças que tornem sua candidatura competitiva.
José Fogaça (PMDB)
– O que aproxima
Parceria antiga – O PP participa da prefeitura de Porto Alegre e vê em Fogaça um candidato com perfil conciliador.
– O que afasta
Briga por espaços – Como Fogaça priorizou a aliança com o PDT, dificilmente abriria espaços que o PP busca, como o de vice.
Disputas locais – O PMDB é um dos principais adversários do PP no interior do Estado.
Alianças nacionais – Se o PMDB fechar apoio à ministra Dilma Rousseff (PT), dificultaria a aproximação com o PP, que tende a apoiar a candidatura do governador José Serra (PSDB).