Correio do Povo – Porto Alegre, 13/8/2008 por LUCIAMEM WINCK luwinck@correiodopovo.com.br
Pietro de Albuquerque, 19 anos, está ansioso. Espera por um doador não aparentado de medula óssea, uma vez que os familiares não foram compatíveis. Filho do deputado federal Beto Albuquerque (PSB), é portador de leucemia mielóide aguda. A doença se manifestou há menos de oito meses, quando Pietro festejava a aprovação no vestibular de verão da Universidade Federal de Santa Catarina, no curso de Cinema. Ele passa, neste momento, pela quinta internação hospitalar e pela segunda sessão de quimioterapia. A primeira foi realizada em um espaço de tempo de 120 dias.
O jovem retomava sua rotina de idas ao cinema, programas familiares e visitas à praia do Campeche, no litoral catarinense – sua paixão –, quando a leucemia voltou. 'Estou novamente no Hospital Mãe de Deus à espera de que apareça no Brasil ou no exterior um doador compatível.' Pietro faz um apelo para que as pessoas exercitem a solidariedade e passem a figurar no cadastro nacional de medula óssea. 'A doação é simples e pode salvar a minha vida e a de muitos outros que necessitam do transplante', esclareceu.
Apesar da pouca idade, Pietro admite ter amadurecido muito a partir de dezembro passado. Sofrendo com o filho, Beto lembrou que a vida dele não depende apenas de recursos públicos, bons hospitais e médicos experientes, 'mas de um remédio que não custa nada: a solidariedade'. Como deputado, vai se empenhar para que o governo federal invista em campanhas de esclarecimento. 'Se fizerem o mesmo que às vésperas das vacinações contra a pólio, venceremos essa batalha.' O deputado lamenta que muitos não tenham o conhecimento necessário sobre como doar a medula óssea, um procedimento simples e sem risco. Afirma que luta pelo filho e pelas centenas de pessoas que aguardam em leitos hospitalares. 'O tempo de espera é de agonia e incerteza.'
