Genro pode substituir Bastos na Justiça

Jan 26 2007
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Jornal O Tempo, 26/1/2007

BRASÍLIA – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, sinalizou ontem durante encontro com o vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan (PSDB), que deve ser substituído no cargo pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro.

Pavan foi ao ministério reivindicar a construção de um posto da Polícia Federal na cidade de Criciúma (SC), quando Thomaz Bastos afirmou que o pleito poderia ser feito ao seu substituto, possivelmente Tarso Genro.

“Nós retribuímos a afirmação do ministro afirmando que se for o Tarso, melhor para Santa Catarina, já que o Estado está na divisa com o Rio Grande do Sul e o Tarso é gaúcho”, afirmou Pavan.

O vice-governador disse que Thomaz Bastos confirmou que deve deixar o ministério “até o Carnaval” – que tem início dia 17 de fevereiro. “O ministro me comunicou sua saída. Disse que sua família já está em São Paulo. E que Tarso Genro deve entrar no seu lugar”, afirmou Pavan.

Assessores de Thomaz Bastos afirmaram que o ministro, no encontro, teria mencionado o nome de diversos possíveis substitutos, e não apenas de Tarso. O ministro da Justiça já havia anunciado sua saída do governo neste mandato.

Reforma ministerial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu anunciar a reforma ministerial em fevereiro, depois das eleições para a presidência da Câmara, que serão realizadas no dia 1º.

Segundo Tarso, o presidente vai retomar as conversas institucionais com partidos políticos para definir a composição do primeiro escalão do governo, já que pretende acomodar aliados para firmar a coalizão política criada em seu segundo mandato.

Embora Tarso seja do PT, Lula já sinalizou que o seu partido deve perder espaço no ministério, uma vez que a legenda já ocupa o principal cargo do governo, que é a Presidência da República.

O governo elaborou um mapa com todos os cargos que os partidos ocupam no primeiro e nos demais escalões da administração federal.

O documento irá pautar as conversas que o presidente Lula terá com os partidos sobre os espaços que irá destinar a cada um dos aliados no seu segundo governo.

O mapa revela que PT e PMDB têm a maioria dos cargos do governo atualmente, enquanto siglas fiéis ao governo, como PSB e PCdoB, praticamente não aparecem. Segundo um interlocutor do governo, o mapa demonstra que “tem muita gente chorando de barriga cheia”.

O presidente deve convocar os partidos para discutir os cargos em fevereiro. Quem esteve com Lula nos últimos dias saiu com a impressão de que o troca-troca no governo será concluído ainda no mês que vem.

“POC”
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que a pedido do presidente vem ouvindo todos os partidos da base sobre cargos, reuniu-se anteontem com dirigentes do PSB. O partido acusa o PT da Câmara de distribuir vagas na Esplanada para conquistar votos para o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

“Enquanto nós estamos preocupados com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tem gente preocupada com o ’POC’, que é o Plano de Ocupação de Cargos”, ironizou o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).