Anteontem, véspera da votação na Câmara, o governo liberou R$ 1,425 milhão em emendas parlamentares. Coincidência ou não, o partido mais agraciado, depois do PT, foi o PP, cujos votos seriam fundamentais para o triunfo de Aldo ontem. Viu empenhados R$ 449,4 mil.
Entre os 11 parlamentares que conseguiram ser contemplados com emendas nos últimos dois dias, figuram os deputados Josué Bengtson (PTB-PA), Beto Albuquerque (PSB-RS) e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), todos de partidos que apoiaram Aldo no 2º turno das eleições. Costa Neto, inclusive, teve uma emenda liberada no valor de R$ 100 mil horas depois de acertar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião no Planalto, o apoio do PL ao candidato do governo, às 23h17 de anteontem. A emenda é para a reestruturação de unidades de Saúde (APAE) em São Paulo.
Do dia 21 de setembro até ontem, o governo havia empenhado R$ 33,8 milhões em emendas. Dentre os partidos da base governista, o PMDB, PT e PP foram os que mais receberam, R$ 7 milhões, R$ 6,4 milhões e R$ 4 milhões, respectivamente.
O valor liberado, no entanto, é irrisório perto do que o governo teria prometido desembolsar nos próximos dias em troca do apoio do PL, PTB, PP e parte do PMDB. Pelo menos R$ 1,1 bilhão em emendas para obras em todo o país. O objeto do desejo da maioria dos parlamentares foram os Ministério dos Transportes, Saúde e Comunicações. De acordo com deputados aliados, apenas na pasta dos Transportes, controlada pelo ministro Alfredo Nascimento do PL, houve promessas de liberação de R$ 800 milhões. A Saúde teria negociado R$ 300 milhões. Boa parte da verba (R$ 100 milhões) sairia da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), presidida pelo ex-secretário executivo do Ministério das Comunicações, Paulo Lustosa.
