Governo e oposição se enfrentam na Câmara

Brasília – Não será tarefa fácil fazer com que o primeiro esforço concentrado do Congresso, em meio ao recesso branco das campanhas eleitorais, produza resultados concretos esta semana. Além do escândalo dos sanguessugas, que tumultua o ambiente político com as denúncias de corrupção contra mais de uma centena de parlamentares, a expectativa geral é de que governo e oposição voltem a se enfrentar na Câmara, transferindo para o plenário a disputa entre o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, e o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL).

Neste cenário, não há perspectiva de acordo em torno da medida provisória (MP) que reajusta em 5% as aposentadorias pagas pela Previdência Social e tranca a pauta de votações da Casa. Temerosos de uma derrota para a oposição, que defende um índice de reajuste de 16,67%, os governistas têm apelado para a obstrução. Sem resolver esse impasse, as outras seis MPs que obstruem a pauta da Câmara e impedem a apreciação de outros projetos não serão apreciadas.

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), tenta o acordo para votar em seguida o projeto que cria a Timemania – loteria que destinará recursos aos clubes de futebol – e o da Lei Geral da Microempresa. Essa também é a posição do líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS). (AE)