Governo pressiona para eleger Rebelo
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Zero Hora – Porto AlegreZero Hora – Porto Alegre, 27/09/2005
Governo pressiona para eleger Rebelo
Lula acenou com uma eventual reforma ministerial caso os partidos da base aliada que ocupam cargos de primeiro escalão não apoiarem o candidato governista à presidência da Câmara
Brasília
Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter entrado de cabeça na guerra para fazer do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) o novo presidente da Câmara, o governo passou a acenar com uma eventual reforma ministerial com o objetivo de cabalar votos entre os parlamentares dos partidos aliados que têm ministério.
Na reunião de coordenação política de ontem, o Planalto estudou vários cenários, entre eles, até a vitória de Rebelo no primeiro turno da eleição, marcada para amanhã. Uma certeza, porém, o Executivo tem: a eleição na Casa desenhará o tamanho e a composição da nova base governista e que a Esplanada dos Ministérios terá de refletir essa base, o que poderia significar perda de cargos de ministros de legendas que não apoiarem o Planalto.
O governo recomendou a todos os ministros que se esforcem para assegurar a eleição de Rebelo. Pelas contas do Planalto, Rebelo tem assegurados pelo menos 180 votos.
Votos da bancada gaúcha estão pulverizados
Ao longo do dia de hoje, os candidatos Ciro Nogueira (PP-PI), João Caldas (PL-AL) e Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) devem decidir por uma candidatura única. Também não está descartado um acordo entre os candidatos do PFL, José Thomaz Nonô (AL), e do PMDB, Michel Temer (PMDB).
Um dia antes da eleição para a presidência da Câmara, a bancada gaúcha é um retrato da divisão na Casa (veja quadro ao lado). Com nove concorrentes disputando a vaga, há votos para todos os gostos.
Entre os 28 deputados ouvidos ontem por Zero Hora, oito se diziam sem candidato e sete abriram voto para Rebelo. Atrás do candidato governista, está Nonô, com quatro votos entre os gaúchos, seguido por Temer, com três.
Apesar de não ter chance, Alceu Collares (PDT) insiste em votar em si mesmo para a presidência. Em segundo turno, no entanto, diz que irá apoiar Rebelo.
Como vota a bancada do Rio Grande do Sul
Candidato Aldo Rebelo (PC do B-SP)
Adão Pretto (PT)
Beto Albuquerque (PSB)
Henrique Fontana (PT)
Marco Maia (PT)
Maria do Rosário (PT)
Orlando Desconsi (PT)
Paulo Pimenta (PT)
Total: 7 votos
Candidato Thomaz Nonô (PFL-AL)
Júlio Redecker (PSDB)
Nelson Proença (PPS)
Onyx Lorenzoni (PFL)
Yeda Crusius (PSDB)
Total: 4 votos
Candidato Michel Temer (PMDB-SP)
Eliseu Padilha (PMDB)
Darcísio Perondi (PMDB)
Cezar Schirmer (PMDB)
Total: 3 votos
Candidato Francisco Dornelles (PP-RJ)
Francisco Turra (PP)
Francisco Appio (PP)
Total: 2 votos
Candidato Luiz A. Fleury (PTB-SP)
Kelly Moraes (PTB)
Milton Cardias (PTB)
Total: 2 votos
Candidato Alceu Collares (PDT)
Alceu Collares (PDT)
Total: 1 voto
Voto em branco
Luciana Genro (P-Sol)
Total: 1 voto
Indefinidos
Afonso Hamm (PP) (não sabe se assume)
Enio Bacci (PDT)
Érico Ribeiro (PP)
Luis Carlos Heinze (PP)
Osvaldo Biolchi (PMDB)
Paulo Gouvêa (PL)
Pompeo de Mattos (PDT)
Wilson Cignachi (PMDB)
Total: 8 votos
Deputados não-encontrados
Mendes Ribeiro (PMDB)
Pastor Reinaldo (PTB)
Tarcísio Zimmermann (PT)
Cardápio variado
Os deputados que disputam amanhã a presidência da Câmara:
Candidatos da elite
O que são: aqueles que contam oficialmente com apoio dos maiores partidos da Câmara, têm biografia reconhecida e influenciam as decisões.
> Aldo Rebelo (PC do B-SP)
> José Thomaz Nonô (PFL-AL)
> Michel Temer (PMDB-SP)
Candidatos do baixo clero
O que são: parlamentares sem influência política, dificilmente estão à frente de comissões importantes e pouco aparecem na mídia.
> Ciro Nogueira (PP-PI)
> João Caldas (PL-AL)
Candidatos de si mesmos
O que são: deputados sem chances de vitória, não levam votos nem do próprio partido, buscam apenas projeção.
> Alceu Collares (PDT)
> Jair Bolsonaro (PP-RJ)
Candidatos da barganha
O que são: deputados que tentam negociar seus votos com os demais candidatos.
> Francisco Dornelles (PP-RJ)
> Luiz Antônio Fleury (PTB-SP)