Insatisfação faz Miro deixar liderança
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Zero Hora, 25/03/2003
O líder do governo na Câmara, Miro Teixeira (sem partido-RJ), surpreendeu o Palácio do Planalto e irritou líderes governistas no Congresso com a decisão de sair da liderança.
Era do conhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que Miro estava descontente no cargo que ganhou ao ser demitido do Ministério das Comunicações, mas havia na administração federal a certeza de que ele esperaria um momento mais adequado para anunciar a saída. Miro justificou que deixará a função porque terá de rearticular sua base no Rio depois de se filiar esta semana ao PPS. Além disso, a saída de Miro foi uma resposta à reclamação dos aliados contra sua atuação.
Queixa era que líder conversava pouco
Preocupado com a desorganização do grupo governista na Câmara, o líder do PSB, Renato Casagrande (ES), procurou o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, para cobrar uma ação dos articuladores. A queixa dos aliados é de que, ao contrário de Rebelo, sempre disposto a ouvir e manter um calendário de reuniões, Miro conversa pouco, articula pouco, não consulta ninguém e despreza seus vice-líderes.
Miro negou que tenha tido dificuldades na articulação da bancada:
– Não há acordo que Aldo (Rebelo) tenha feito no passado que eu não pudesse sustentar.
O nome mais forte no Planalto para ocupar a liderança do governo é o do atual vice-líder, deputado Professor Luizinho (PT-SP). Outro nome que estava sendo analisado era o do deputado João Hermann (PPS-SP), considerado um conciliador. Também foi cogitado o nome do ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). Já o PSB passou a defender o nome do vice-líder do governo, deputado federal Beto Albuquerque (PSB).