Líderes acertam instalação da CPI do setor elétrico
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Valor Econômico
A CPI do setor elétrico foi proposta por João Pizzolatti (PP-SC), e tem como objeto o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou irregularidades no uso de verbas do BNDES durante a venda das estatais. A sua instalação ficou parada por mais de um ano. Na semana passada, o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS) ameaçou os deputados da oposição com esta CPI, caso eles fossem em frente com o pedido de criação da CPI dos Correios. O líder do PFL na casa, Rodrigo Maia (RJ), aceitou a provocação e, na prática, fez com que os líderes se comprometessem a fazer com que a CPI saia do papel.
A previsão inicial é que a CPI seja instalada entre quarta e quinta-feira da próxima semana. O principal problema é a definição do relator: três deputados cobiçam o posto: Luiz Carlos Santos (PFL-SP) – ex-ministro e ex-presidente de Furnas no governo anterior -, Fernando Ferro (PT-PE) e José Priante (PMDB-PR). O presidente da CPI deverá ser o autor do requerimento, João Pizzolatti.
O governo admite veladamente que a CPI do Setor Elétrico servirá de contrapeso à possíveis abusos na provável CPI dos Correios. " Essa CPI vai funcionar como um anteparo, se a oposição quiser aprofundar na CPI dos Correios teremos um outro palanque " , afirmou um líder da base governista. Apesar de a CPI investigar fatos ocorridos no governo tucano, deputados governista não mostravam entusiasmo com sua instalação, que pode trazer nervosismo ao mercado financeiro e no setor elétrico. " Essa CPI pode ser muito mais explosiva que a CPI dos Correios " , afirmou o líder do PP, José Janene (PR).
A oposição também está preocupada com os rumos que esta CPI pode tomar. O líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA), acha que " essa CPI pode afastar investimentos necessários ao país, ela pode turvar a água e ninguém investe em águas turvas " . Ele disse que os líderes dos quatro maiores partidos – PT, PMDB, PFL e PSDB – devem se reunir para definir a relatoria.