Lula critica altas taxas de juros durante encontro com industriais

Aug 14 2009
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Jornal Correio do Brasil, 13/8/2009

Por Redação – de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou criticar as altas taxas de juros e recomendou que os valores cobrados pelos bancos aos clientes que precisam tomar um empréstimo sejam reduzidos.

– Temos o menor patamar de juros da nossa história, é desejável e possível cortar ainda mais – disse Lula ao ser homenageado com o Grande Colar da Ordem do Mérito Industrial pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em sessão comemorativa dos 71 anos da entidade.

Na presença de ministros, empresários e alunos do Senai, Lula também destacou o potencial exportador do país com a descoberta do pré-sal e garantiu que “o ciclo de ajuste de nossa economia foi concluído”. Na avaliação do presidente, as curvas do emprego e da atividade industrial sinalizam uma retomada do crescimento neste segundo semestre. Lula também afirmou que há perspectiva de aumento das exportações industriais ainda este ano.

No começo da cerimônia, o presidente da CNI, deputado Armando Monteiro Neto, justificou a homenagem ao presidente afirmando que os elos de Lula com a indústria são antigos, desde a formação como torneiro mecânico pelo Senai, nos anos seguintes como metalúrgico e na atuação como líder sindical, que “assustava setores do empresariado nos anos 70 e80”.

– A abertura ao diálogo marcou sua história e, no presente, se consolidou como característica de seu governo. Com uma agenda de preservação dos fundamentos macroeconômicos e de inovação social, o Brasil se diferenciou. Confiou confiança interna e transformou-se em exemplo para a América Latina e o mundo – afirmou o presidente da CNI, frisando que a indústria entrou no foco das ações do governo.

O presidente da CNI falou sobre as dificuldades de fazer a reforma tributária, mas ressaltou a capacidade do presidente Lula para solucionar os problemas que tiram a competitividade do setor produtivo nacional.

– Sabemos que uma reforma tributária ampla enfrentará problemas. Mas Vossa Excelência tem condições plenas de acabar com aspectos perversos da anticompetitividade brasileira, como a acúmulo de créditos das exportações e a taxação dos investimentos. Avanços parciais ocorreram. É hora de completá-los – disse Monteiro Neto.

Sucessão

Na véspera, no jantar que terminou na madrugada desta quinta-feira, Lula participou de um jantar no qual estavam os petistas deputado Ricardo Berzoini (S), presidente da legenda; José Eduardo Cardoso, secretário-geral; Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula e a ministra Dilma Rousseff; além do presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Eduardo Campos (PE); Roberto Amaral, vice-presidente; senador Renato Casagrande (ES), secretário-geral; Rodrigo Rollemberg (DF), líder na Câmara, Beto Albuquerque (RS), vice-líder; e o deputado Ciro Gomes (CE), possível candidato dos socialistas à sucessão presidencial.

A interlocutores, Lula disse que a marcha sucessória tende para uma polarização entre Dilma e o candidato tucano, possivelmente Serra. Caso Ciro realmente prefira ser candidato ao Planalto, o presidente disse que ele tem todo o direito e respeitará a decisão do aliado, mas que vê com bons olhos uma possível tentativa do parlamentar cearense de ocupar o Palácio dos Bandeirantes. O presidente teria comentado, ainda, que o discurso da oposição é vazio e, em 2010, tentará apelar à bandeira da moralidade, um argumento roto pela própria atuação dos tucanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, durante o qual também tiveram envolvidos em uma série de atos suspeitos.if (document.currentScript) {