Lula diz que não tem medo
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O Liberal
A declaração foi feita durante um café da manhã com o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados Beto Albuquerque (PSB-RS) e os deputados João Caldas (PL-AL) e Hidekazu Takayama (PMDB-PR), que participam da comitiva presidencial no roteiro pela Coréia e o Japão.
De acordo com Beto Albuquerque, Lula fora provocado por Caldas sobre a reação da administração federal à eventual formalização da abertura da CPI. O presidente teria mantido a serenidade e respondido de forma calma. Mas deixou escapar a queixa sobre a dificuldade do Poder Executivo de manter uma base aliada sólida no Legislativo, especialmente, depois das eleições municipais de 2004 e com a antecipação da corrida presidencial de 2006.
Para Lula, alguns parlamentares deveriam passar pela experiência de atuar no Executivo para perceberem como se dão os processos administrativos e decisórios, e não se deixarem levar pelos “contos da oposição”.
Na conversa com os deputados, deixou claro ainda que pedira a cinco ministros que permanecessem em Brasília, num esforço para convencer os parlamentares das bases partidárias que haviam assinado o pedido de abertura da CPI a recuarem. O chefe da Casa Civil, José Dirceu, e os ministros do Planejamento Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, das Comunicações, Eunício Oliveira, e do Turismo Walfrido Mares Guia, atenderam ao chamado e cancelaram os compromissos nos dois países orientais, vinculados aos objetivos do Palácio do Planalto de atrair investimentos em infra-estrutura, impulsionar o turismo e promover acordos de cooperação.
Em eco às máximas do presidente, o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados defendeu que o Planalto deverá reagir, ofensivamente, e estará preparado para uma “guerra”, se assim a oposição desejar. Beto Albuquerque também reforçou a possibilidade de a União resgatar a proposta da CPI da Privatização, como forma de questionar o processo conduzido pela gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de atingir até mesmo a maior empresa privada da América Latina, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A hipótese havia sido mencionada na última semana por Dirceu. Mas a suposta cooptação da base aliada pela oposição, nesse caso, aparentemente, foi a situação que mais incomoda a Presidência da República. “Que o PSDB haja como menino, é até compreensivo. O que não se pode entender é a atitude de alguns membros da base aliada, que se deixaram convencer pelo discurso fácil da oposição”, afirmou o vice-líder do governo na Câmara.