Lula fala em mudar base aliada
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Estado de Minas
Seul – A iminência da criação de uma CPI mista para apurar as denúncias de irregularidades nos Correios e a preocupação do Planalto com seu possível uso político dominaram as conversas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem de quase 30 horas entre Brasília e Seul, Coréia do Norte, onde desembarcou no início da noite de ontem (horário local), iniciando uma visita de seis dias que inclui ainda o Japão.
Numa iniciativa para demonstrar a "tranquilidade" diante da provável abertura da CPI, o presidente Lula declarou durante o vôo que "não tem medo" dessa hipótese e que seu governo "não se sente acuado" pela decisão tomada pela oposição e por membros da base aliada no Congresso.
Mesmo assim, segundo o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), que integra a comitiva presidencial, Lula teria reafirmado o empenho em evitar a investigação no Congresso e prometido uma última ofensiva que, nas palavras do parlamentar, provocará uma reestruturação da base política aliada.
“Guerra é guerra, inimigo é inimigo e assim será tratado quem está na oposição. O governo não está acuado e vai partir para a ofensiva”, explicou o deputado gaúcho, logo ao desembarcar no aeroporto de Incheon. Albuquerque afirmou ainda que uma das preocupações de Lula é unificar o comportamento dos partidos da base em episódios desta natureza, de modo a evitar novos desgastes. O líder do PSB criticou o comportamento de alguns parlamentares que se intitulam governistas, mas estariam, ao apoiar a criação da CPI, favorecendo a antecipação do debate eleitoral.
“Que a oposição faça isso, é normal, não causa surpresa, mas que pessoas que dizem apoiar o governo também sigam nessa direção não dá para admitir", disse. "Tem gente que diz que é governo apenas para pedir audiência com ministro, apoio para projetos, isso é lamentável e vai acabar”, garantiu. Albuquerque explicou, no entanto, que o governo está preparado para a eventual criação da CPI. “Caso ela seja instalada, não acredito que os trabalhos do Congresso serão afetados. É óbvio que uma CPI representa uma sobrecarga e não seria positiva para o Brasil”.
ENCONTRO Lula terá, no sábado, último dia da viagem à Ásia, um encontro inédito com representantes dos dekasseguis, os brasileiros descendentes de japoneses que seguiram para a terra dos antepassados em busca de melhores condições de vida. Em Nagóia, ele conhecerá a realidade de alguns dos mais de 270 mil brasileiros que vivem nessa situação, um contingente maior do que o de japoneses que migraram para o Brasil no século XX.