Lula nega temer ação do congresso na CPI dos Correios
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Jornal do Comércio – Porto Alegre
De acordo com Beto Albuquerque, Lula fora provocado por Caldas sobre a eventual abertura da CPI. O presidente teria respondido de forma calma, mas queixou-se da dificuldade do Poder Executivo em manter uma base aliada sólida, especialmente, depois das eleições 2004 e com a antecipação da corrida eleitoral de 2006. Para Lula, os parlamentares deveriam passar pela experiência executiva para perceberem como se dão os processos administrativos, e não se deixarem levar pelos “contos da oposição”.
Lula disse ainda que pediu a cinco ministros que permanecessem em Brasília, para convencer os parlamentares das bases que haviam assinado o pedido de abertura da CPI a recuar. O chefe da Casa Civil, José Dirceu, e os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, das Comunicações, Eunício Oliveira, e do Turismo, Walfrido Mares Guia, atenderam ao chamado e cancelaram os compromissos nos dois países orientais.
Em eco às máximas do presidente, o vice-líder do governo na Câmara defendeu que o Planalto deverá reagir, ofensivamente, e estará preparado para uma “guerra”. Beto Albuquerque também reforçou a possibilidade de a União resgatar a proposta da CPI da Privatização, como forma de questionar o processo conduzido pela gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de atingir até mesmo a Companhia Vale do Rio Doce.
Nas conversas com os deputados, Lula ainda teria reforçado a avaliação e que a Polícia Federal teria todas as condições de conduzir as investigações sobre o esquema de corrupção em licitações nos Correios, sem a necessidade de uma CPI. Lula também lembrou o papel do MP no Poder Executivo de não engavetar inquéritos delicados para o Palácio do Planalto, como teria feito no governo de Fernando Henrique.
As declarações de Lula, entretanto, não foram repetidas na conversa que manteve com os governadores do Ceará, Lúcio Alcântara (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB). Alcântara e Rigotto afirmaram que o presidente não tocou na possível abertura da CPI dos Correios e preferiu abordar a “idéia geral” sobre a reeleição. Segundo Rigotto, Lula sustentou que dois aspectos devem ser levados em consideração pelos candidatos ao segundo mandato em 2006. O primeiro, receitou, é que não se pode fazer acordos espúrios para alcançar esse objetivo. O segundo, que o candidato deve estar ciente de que não poderá fazer menos no segundo mandato que no primeiro período. “Senão, não vale a pena”, teria arrematado. O presidente ainda teria voltado a repetir a preferência por um mandato mais longo para os postos do Planalto, sem direito à reeleição.
Sete senadores do PT são favoráveis à CPI
Dos 13 senadores do PT, sete falam em apoiar a CPI dos Correios. O movimento pró-CPI no Senado levou o líder do partido na Casa, Delcídio Amaral, a marcar para hoje uma reunião da bancada para discutir o assunto. Ontem, no plenário, lideravam o grupo dos favoráveis à CPI os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Cristóvam Buarque (PT-DF). “Nós, do PT, tínhamos de estar na ofensiva e não na defensiva”, disse Paim, em discurso da tribuna. Segundo ele, o partido não tem nada a temer, até porque o suposto envolvido em irregularidades na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) é de outra legenda, em referência ao presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson. Para Paim, a bancada petista no Senado tem que assumir a missão de preservar o patrimônio do PT em defesa da ética e do combate à corrupção. “Se o PT não assinar, as luzes que estão voltadas para o Ministério das Comunicações (que controla os Correios) vão se voltar para o partido”, argumentou. Ele disse, ainda, que a recomendação do diretório nacional contra o apoio à CPI não é “impositiva”.
Ao contrário do quadro na Câmara, onde 19 deputados petistas subscreveram o pedido de CPI protocolado na semana passada, no Senado, nenhum parlamentar petista havia assinado até ontem a solicitação. Mas, diante do cenário de que a CPI poderá ser mesmo instalada, o movimento pró-CPI no PT ganhou força. Na semana passada, apenas Buarque havia subido à tribuna para defender a CPI. Segundo ele, mais dois parlamentares petistas, além dele, eram favoráveis à CPI: Eduardo Suplicy (SP) e Tião Viana (AC). Agora, os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), Flávio Arns (PT-PR) e Ana Júlia Carepa (PT-PA) aderiram ao grupo pró-CPI.
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