SEUL (CORÉIA DO SUL) – No vôo de 26 horas entre Brasília e Seul, onde chegou ontem às 23:50 horas (11h50m, no horário de Brasília), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse aos parlamentares que compõem a comitiva presidencial à Coréia do Sul e ao Japão que o governo não teme a CPI dos Correios e que não há necessidade de os governistas se sentirem acuados. O presidente falou também das dificuldades para se ter uma base aliada unificada no Congresso, se queixou do comportamento da oposição e dos deputados da esquerda do PT que criticam o governo e defendeu que uma candidatura à reeleição, em qualquer nível, não pode envolver acordos espúrios.
O assunto CPI foi provocado, durante o vôo, pelo deputado João Caldas (PL-AL), quarto-secretário da Mesa da Câmara. O presidente aproveitou, então, para reiterar que as denúncias de corrupção nos Correios estão sendo investigadas em profundidade pela Polícia Federal e pelo Ministério Público e que, por isso, não haveria necessidade de CPI.
“Não temos medo de CPI. Estamos tranqüilos e não temos por que ficar acuados”, disse Lula, segundo relato do vice-líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). Na conversa, que ocorreu durante o café da manhã na cabine privativa do avião presidencial, também foi ressaltada a estratégia agressiva que deve ser adotada pelos aliados. Por isso, foi lembrado, ministros políticos como Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), Eunício Oliveira (Comunicações), José Dirceu (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento) não estão na comitiva à Ásia. A orientação do presidente foi que todos permanecessem em Brasília para atuar junto às suas bancadas no sentido de esvaziar a CPI.
