Malabarismo eleitoral
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Zero Hora – Porto Alegre, 10/1/2010
Coluna vivian Eichler (interina)
As probabilidades de o ministro Carlos Lupi, do PDT, ouvir publicamente do prefeito José Fogaça que fará campanha para a ministra Dilma Rousseff são tantas quantas as chances de o PMDB desistir da candidatura do prefeito. Ou seja, quase nulas. Ainda mais se a expectativa for de um Fogaça no palanque da ministra.
Não está no DNA do PMDB gaúcho apoiar o PT, por mais que o acerto nacional entre os dois partidos resista até o início formal do período eleitoral.
Com exceção de raros entusiastas da ministra, como é o caso do deputado Mendes Ribeiro Filho, a cena dos caciques do PMDB apoiando a petista ainda está por ser inventada. Alguém já imaginou o deputado Eliseu Padilha, que alimentou expectativas de coordenar a campanha de José Serra à Presidência da República, ou dos deputados que hoje estão no governo Yeda aderirem a uma tese como essa? Talvez em filme de ficção. Se o PMDB nacional não der uma guinada pró-Serra, a tendência do partido no Rio Grande do Sul é a dispersão. E a de Fogaça, a neutralidade.
Justamente porque apostam que Fogaça ficará em cima do muro e a maioria dos demais integrantes do PMDB fará campanha aberta para Serra, petistas se animaram a intensificar o assédio ao PDT, que nacionalmente tende para Tarso Genro. A cúpula do PT acredita que o PDT não teria como sustentar Dilma em nível nacional e manter o corpo a corpo em favor do tucano no Estado. No mínimo, aumentaria as distorções no partido.
Essa é apenas mais uma nuança de como as candidaturas nacionais devem embolar o meio de campo das negociações eleitorais dos próximos meses.
O fator Ciro Gomes – que se cacifa como carta na manga de Lula por diluir votos de Serra, aumentando as chances de segundo turno – é outro detalhe. Ciro desequilibra a polarização de opções de Norte a Sul e aumenta o grau de dificuldade no quebra-cabeça das alianças. Colega de Ciro no PSB, o deputado Beto Albuquerque avalia que o primeiro turno exigirá “muita habilidade” no que diz respeito às alianças nacionais. Beto quer ter um palanque plural.
Assim querem os demais.